sábado, 30 de junho de 2007

...

As memórias atraiçoam-me muitas vezes [talvez atraiçoar não seja o termo mais indicado...] Aparecem assim, do nada. Coisas simples como o dia do casamento dos meus tios, onde eu me lembrei de me enfiar na pipa cheia de bebidas e gelo para escolher aquela coca-cola, ou como o dia em que a minha irmã nasceu e a noite mal dormida em casa da minha tia; como aquela festa de anos no início da minha adolescência em que eu e os meus amigos dançámos ao som de Phill Collins, às escuras, no quarto ou até como a memória da visita de estudo a Évora e do vestido cor-de-rosa que levava nesse dia.
São flashes que aparecem do nada, que não têm qualquer ligação com o presente e me deixam em modo stop, por alguns segundos.
Não sei porque me acontece isto [provavelmente também vos acontece a vocês] mas ainda bem que assim é.
Se há coisa que me assusta nesta vida, é perder a memória. Acho que essa também é uma das razões porque aqui escrevo, para não esquecer.

3 comentários:

Jorge Moniz disse...

Acho que é geral, mesmo.
Lembro-me de alguém usar a metáfora do rio para a memória: está sempre a correr e de vez em quando apanhamos o peixe que vai a passar.

Elora disse...

Não esquecer leva à loucura. O truque é esquecer só o que faz mal.

Anónimo disse...

Também penso que acontece com toda a gente. Muitas vezes tenho esses flashes de memória, mas algumas das vezes são provocados por alguma coisa insignificante (uma música, um odor, um sorriso, etc)...
O passado é muito importante, porque sem ele não seríamos a pessoa que somos agora...