Hoje no comboio deparei-me com um artigo na Sábado que me deixou pensativa o resto da viagem. Tinha como título "O que é isso de ser dinky?"
Os dinkies [dual income no kids yet] são pessoas que não pretendem compromissos, não querem assentar, não querem ter filhos, são independentes e individualistas. É a filosofia do menor vínculo possível. O menor vínculo possível, atenção.
Não condeno, mas sinceramente faz-me uma certa impressão este tipo de vida. Também não defendo a tradição nas suas origens mais remotas: casar e ter filhos o mais rapidamente possível, mas parece-me que cada vez mais se escolhe o caminho do facilitismo e do egoísmo. As pessoas já não têm que abdicar do seu tempo em favor de outrem, não assumem um compromisso sério, não pensam na partilha, na vida a dois. Um dos entrevistados dizia o "nós" ainda me faz muita impressão.
Chamam-lhe fenómeno e dizem que em 2010 cerca de 25% da sociedade portuguesa pode ser constituída por estes dinkies. É uma visão assustadora, confesso. Pergunto-me a mim própria onde estará o amor no meio disto, se haverá algum espaço para ele mas sabem... só me ocorre uma resposta: o amor está fora de moda.
7 comentários:
Concordo, concordo, concordo! O amor não devia estar fora de moda, mas começa a estar...e é verdade que se caminha para o individualismo, cada vez mais. Gostei do post, não sabia da existência dos "dinkies".
O casa e descasa frequente nesta sociedade já é um sinal disso mesmo. As pessoas libertam-se facilmente umas das outras.
Talvez, com leveza, tudo seja menos sufocante e mais duradouro...
Não é uma questão de estar fora de moda. Esse amor sempre foi uma ilusão e é uma dependência que deve ser combatida.
Acho que as exigencias/responsabilidades do dia a dia, que as pessoas tendem a afastar-se mais responsabilidades, mais pesos.
No fundo estamos a ficar egoistas.
ps: não conhecia essa expressão..dinky
Achei esta ideia muito interessante. Levou-me a pensar que o confronto com pessoas com essa nova identidade acaba por ser conducente ao desamor, pela diferença de prioridades de parte a parte, acabando por tornar-se inconciliáveis. E o que será sinal maior de (i)maturidade: continuar a sonhar que é possível a construção de uma relação íntima estável, com potencial para crescer e amadurecer, ou arriscar não deixar de olhar para o nosso umbigo, sob pena de trairmos o princípio de fazer bem a outrem mesmo antes de olharmos por nós mesmos que nos foi inculcado pela tradição judaico-cristã? Dilema complexo...
Parabéns pelo cantinho, sou visita assídua mas silenciosa.
Beijinho
li um artigo semelhante na revista Happy e confesso que também me fez alguma confusão, mas parece-me que é um conceito que se anda a alastrar...
Tou de acordo com a união de facto, mas no kids?
Eu enquadro-me no perfil de dinky, fora a parte do amor fora de moda, pois os planos são de envelhecer ao lado do meu querido mariducho he he
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