domingo, 31 de outubro de 2010

uma foto por dia #302

Esta foto são muitas fotos. Não consegui escolher nenhuma e depois, desculpem-me, mas gostei tanto deste fim-de-semana e do passeio que fiz que não resisto a colocar aqui aquilo que vi.


O meu avô decidiu que queria dar um almoço para toda a família. Nos mesmo locais de sempre? Ali, nas redondezas da aldeia? Não. Optámos por reservar mesa num restaurante em Folgosinho, uma vila do Concelho de Gouveia, distrito da Guarda. Decidimos mudar de ares.

Não conhecia a vila e acabei por ficar agradavelmente surpreendida. Terra de ditados e do nosso antigo guerreiro Viriato, Folgosinho é uma vila pequenina, mas muito simpática.


Esta é a fonte do Pedrão e fica na praça da vila.



Uma casa cheia de ditados. Gostei particularmente daquele ali em baixo. ;)




O restaurante escolhido foi "O Albertino" . Bonito, bom e barato. Eu diria mesmo, muito bom. E o acolhimento e a simpatia das pessoas foi do melhor que já tive nos últimos tempos.



Os pratos? Feijoada de Javali, Cabrito assado no forno, Arroz de cabidela de Coelho, Vitela de Folgosinho e Leitão à Albertino. Comi de tudo um pouco. Comemos de tudo um pouco que ali ninguém se fez de esquisito.




Ainda houve brinde aos meus avós. E ao amor e à amizade. E à saúde também.



 No fim da refeição subimos ao Castelo da vila, só para ajudar à digestão.


E quando lá chegámos... a vista era assim. Mesmo com chuva e frio, valeu a pena.



E agora, vamos a Linhares da Beira? Vamos, claro!



Ao fim do dia ainda houve castanhas assadas e jeropiga na casa da minha avó mas estavámos tão cheios que mal comemos. 

Foi um fim-de-semana cinco estrelas!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

uma foto por dia #300

E foi hoje o dia do corte de cabelo. Ali ao fundo, do outro lado da rua.

Your life's an open book, don't close it 'fore it's done


Dizem que tudo acontece por uma razão. Eu ainda tenho as minhas dúvidas mas dei com esta música (esquecida por mim há muito tempo) a meio de uma pesquisa que fazia na net e sendo coincidência ou não, parece que tinha mesmo de a ouvir hoje.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

uma foto por dia #297

Terra Malva ou Cinza Metro?

...

Tem de ser?*

Mas desde quando tem de ser? Tem de ser quando que quiser e quando me apetecer. Não tem de ser hoje e agora só para mostrar que somos fortes e avançamos na linha da vida. Tem de ser apenas o que sinto, o que mostro, o que sou. Quando e como quero. Todos os dias.  Não quando os outros querem ou acham bem.
Se me apetecer cair, caio. Se quiser ir ao fundo vou, não tenho de me levantar e ser assim, só porque sim. Não tenho de caminhar em frente porque a lei da vida assim o exige e a sociedade me diz que é o mais acertado. E se eu quiser ser do contra? Tem de ser?
Desde quando o "tem de ser" ou o "tens de ser forte" me faz mais forte? Desde quando essas três palavras me fazem sair do que sinto, esquecer o que vai na minha cabeça?

O poder de escolha não está nas palavras que nos dizem, não está nas dezenas de pessoas que dizem que deve ser assim porque é mais acertado. Dizerem "tens de esquecer", "tens de partir para outra", "tens de seguir a tua vida" é fácil, mas... isso não acrescenta nada, nem ajuda sequer. E digo-o com plena convicção porque já o senti na pele. Ninguém o faz por mal, é certo,  mas não, não ajuda. Apenas pressiona.

Não tenho de... mas posso. Posso mudar isto e aquilo, posso fazer o que me apetece, posso. É uma escolha e é somente isso que precisamos para se abrirem alguns caminhos à nossa frente e optar por um. Sozinhos, a maior parte das vezes. Porque, quer queiram quer não, digam o que disserem, são as nossas convicções que prevalecem e só percebemos o que somos assim, tropeçando, ficando lá no fundo e saindo do poço quando queremos e não quando os outros dizem que tem de ser.

*para a L.

sábado, 23 de outubro de 2010

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

uma foto por dia #291

As minhas quartas-feiras são muito piores que as segundas

Quando estou cheia de dores deixo de sentir as mãos, tremo e fico cheia de suores frios.
Esta noite foi assim e eu acho que nunca me senti tão vulnerável como ontem. E só, também. Estava a ver que me dava um chilique e eu, sem conseguir fazer nada. Mas passou.

Hoje, para ajudar, tive um dia em cheio: chegar à escola às oito da manhã e a sair às nove e meia da noite. E uma grande dor de cabeça para compor o ramalhete.
Nunca mais é sabado...

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

uma foto por dia #286

Porque ainda há pessoas generosas*

Andamos quase todos descrentes. Na vida, nos outros, às vezes, em nós mesmos. Não cremos que haja possibilidade de, não acreditamos que tudo fique melhor, não vemos uma luz ao fundo no túnel e, no entanto, continuamos por cá, cientes de que se não formos nós a dar o passo para a frente, nada muda.
Eu, que também tenho as minhas fases e acredito mais em actos concretos do que em palavras, acabei por perceber que nem sempre é assim. Ou nem sempre pode ser assim. Ou melhor, pode ser as duas coisas.

Uma colega costuma dizer-me palavras, leva-as o vento mas eu acho que tudo depende da forma. A forma como se diz, a forma como se escreve. Os valores subjacentes a cada pessoa, a honestidade e a sinceridade depositadas entrelinhas, normalmente, saltam aos olhos de quem as ouve ou lê. É isso que dá forma às palavras e aos actos. Mas hoje, para além disso, tocou-me a generosidade de quem as escreveu, e mais ainda, a generosidade de quem me vai enviar um livro para eu ler. Assim, tão simples quanto isto. Uma pessoa normal, uma mulher. Porque há palavras e atitudes que aquecem por dentro e fazem de um dia quase perdido, um dia melhor.

[*ou um post em forma de agradecimento]

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

sem título

Eu já devia saber lidar com injustiças. Devia manter-me indiferente, fria, racional. Devia virar costas e seguir caminho. Devia silenciar-me e fazer com que o meu amor-próprio crescesse ainda mais perante o que fazem assim, à queima-roupa. As palavras são traiçoeiras e aquilo que pedimos pode não ter o mesmo significado para uns e para outros.
Mas as acções ficam para quem as comete. Mesmo que deste lado fique só um tremendo vazio que, creio eu, possa desaparecer devagar, devagarinho. Naturalmente, assim, como queremos que tudo seja nesta vida.

uma foto por dia #283

...

Há certas coisas na vida que vão perdendo o sentido. Dizem que há momentos para tudo, como se houvesse um limite, um prazo, um horário pré-estabelecido e alguém estivesse do outro lado do guichet à espera da nossa senha. Em trinta e três anos de vida não perdi muitas senhas e sei que passei à frente de muita gente nas longas filas de espera, tendo repetido a proeza algumas vezes.  Mas sinceramente, isso não interessa. Depois há quem ache que estamos com a senha há demasiado tempo na mão. Outras pessoas vão chegando e nós ficamos para trás, sem saber ao certo porquê ou até mesmo porque estamos ali. A maior parte das vezes tenho a impressão que são os outros que nos colocam nestas filas de espera, que se chegam até nós com perguntas, comentários, palmadinhas no ombro e olhares de misericórdia. Depois afastam-se, como se tivéssemos pedido alguma coisa, como se precisássemos de palavras de alento quando, na verdade, nem sabemos bem porque temos de ser igual a tantos outros. Mas a sociedade acha que sim, e como bons cidadãos, vamos acenando com a cabeça quando, interiormente, começamos a pensar de outra forma.

A ordem natural das coisas pode ser muito complexa, pode ter altos e baixos, pode desencadear aversões e até medos infundados, ou não. Limitarmo-nos a seguir o socialmente correcto é simplesmente anularmo-nos como pessoas, como indivíduos únicos com capacidade opinativa, passiveis de erros, imperfeitos, mas quase perfeitos nessa relação positiva com o mundo, com os outros.
Se quero, ninguém tem nada a dizer. Se não quero, ninguém tem que concordar, só porque sim. Cada um sabe de si, diz o povo, no entanto, somos julgados diariamente pelas nossas escolhas e pelos passos que damos na vida, apenas porque não fica bem ou não é muito normal. Isto é preocupante e é, sobretudo, esta forma de pensar da grande maioria do povo português que faz com que andemos atrelados a um desenvolvimento social tão precário. Com muita pena.

Mais um dia em vão no jogo em que ninguém ganhou

domingo, 10 de outubro de 2010

uma foto por dia #282


Mesmo a propósito

Coisas assim

Se falamos das nossas tristezas é mau porque parecemos depressivas; se falamos das alegrias, é mau porque estamos sempre felizes e isso não é muito normal; se falamos do que se passa com a nossa vida é mau porque pode ser inventado; se colocamos fotos, é mau porque nos estamos a armar em fotógrafas; se falamos das doenças pelas quais passámos é mau porque estamos a querer a piedade dos outros; se falamos da maquilhagem, roupa e sapatos é mau porque somos fúteis; se falamos dos livros que lemos é mau porque queremos parecer inteligentes; se falamos das músicas que ouvimos e dos filmes que vemos é mau porque queremos parecer cultas; se falamos dos namorados, maridos e filhos é mau porque simplesmente não devíamos fazê-lo.

Conclusão:
Não costas dos outros vemos as nossas. Cada um é que sabe de si.

Movie #58


Un hombre puede cambiar todo. Su rostro, su hogar, su familia, su novia, su religión, su Dios. Pero hay una cosa que no puede cambiar. Él no puede cambiar su pasión ...

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

...

Às vezes relembro tudo novamente. Abro a gaveta, vislumbro imagens antigas, baralho as recordações e escolho uma, como se de um jogo se tratasse. Deito a carta, dobro-lhe os cantos, escondo-a de mim, faço bluff. No fim, acabo por mostrar o jogo e desisto de pensar no assunto.

Game over.

uma foto por dia #280

[Não sei se foi da chuva, mas a janela encheu-se destas formigas]

As pessoas calam-se

Tornam-se reservadas. Engolem em seco e saem da sala porque não vale a pena. Olham para o chão. E no entanto, era isto assim que lhes apetecia dizer. Uma vez só. E com razão.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

uma foto por dia #278

Gosto muito do Verão, mas sou uma pessoa de Inverno

Talvez seja apenas pelo facto de me fartar facilmente do tempo quente e andar aqui, ansiosa que chegue o tempo mais frio. Talvez porque nasci num dia de Inverno ou até porque gosto muito mais de me vestir nesta estação. É que o Inverno rima com lareira, mantas, chá e chocolate quente e eu sou muito dada a este tipo de aconchegos. Talvez seja por isso.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

uma foto por dia #277


[Bolo de limão com molho de maracujá, para um lanche entre amigas aqui em casa]

"E onde é que estão as vidas fáceis?"

Vejam isto, se tiverem paciência e tempo.

Serviço público

Ali, para os lados de Sintra, há um enorme espaço de revenda de calçado - Armazém do Calçado. Ora, como o próprio nome indica, vende todo o tipo de sapatos - feminino, masculino e de criança, tanto para comerciantes como para o restante público. Se quiserem perder a cabeça com botas e botins, sapatos altos e baixos, aconselho-vos a darem lá um pulinho. Há para todos os gostos e os preços são convidativos.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Eu diria que o Outono instalou-se definitivamente por aqui

Banho tomado, sopa ao lume e um cheiro a tomilho e batata doce pela casa. Amanhã é feriado e eu só quero não fazer nada.

uma foto por dia #276

À segunda-feira, logo pela manhã,  é hora do "ler, contar e mostrar"

Professora, trouxe estes ramos com bolotas que a minha avó apanhou para mostrar à turma!

sábado, 2 de outubro de 2010

Mais livros (para a wishlist)

Há por aí muitas novidades em termos de literatura mas nenhum dos livros mais recentes me despertou tanta curiosidade como estes dois.

[Ontem quase caía na tentaçao de os trazer, mas agora há que ler primeiro o que já comprei há algum tempo]


No tempo em que os Portugueses imperavam sobre o arquipélago de Cabo Verde, aconteceu num domingo de Páscoa, na minúscula freguesia do Lém, estar a morrer a mulher mais beata que a ilha de Santiago conhecera. Interpelando-a as netas sobre a sua última vontade, não quis ela, como seria de esperar, chamar o padre, respondendo em vez disso que gostaria de ser fotografada. Porém, assim que o flash disparou, um mistério inexplicável varreu a ilha de lés a lés; e, quando, ao fim de muitas peripécias, a fotografia foi finalmente revelada, a surpresa foi tão impossível que não houve, no mundo inteiro, uma só alma que conseguisse manter a boca fechada. A ilha quase ia ao fundo com a confusão…  
Se o Antigo Testamento anuncia a vinda do Messias e o Novo Testamento narra a vida, a morte e a ressurreição de Jesus, este Novíssimo Testamento é uma autêntica revolução: pois dá testemunho da reencarnação de Jesus no corpo de uma mulher – ilhéu e africana – que parece ter vindo inaugurar a Terceira Idade do Mundo, mas não está livre de enfrentar os preconceitos sociais, religiosos e políticos do seu tempo.



Silêncio, cuja acção decorre no século XVII, conta-nos a história de um missionário português envolvido na aventura espiritual da conversão dos povos orientais, o qual acaba por apostatar, após ter sido sujeito às mais abomináveis pressões das autoridades japonesas, para evitar que um grupo de fiéis seja por ordem delas torturado até à morte. Antes de chegar ao Japão, a sua viagem leva-o a Goa, depois a Macau e, finalmente, a Nagasáqui e Edo, em etapas que pouco a pouco o transportam a esse Oriente hostil, onde no entanto já se contam alguns milhares de convertidos à fé católica.
Aí descobre, na luta contra as pessoas e o ambiente adversos, a verdadeira fé, liberta de todo o aparato externo, eclesiástico ou mundano. E aí acaba por experimentar a derradeira solidão, que é o destino daqueles que quebram a comunhão com o que mais profundamente marca a sua identidade.


[A propósito... Martin Scorsese está a realizar um filme baseado neste livro]

uma foto por dia #274