sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Porque ainda há pessoas generosas*

Andamos quase todos descrentes. Na vida, nos outros, às vezes, em nós mesmos. Não cremos que haja possibilidade de, não acreditamos que tudo fique melhor, não vemos uma luz ao fundo no túnel e, no entanto, continuamos por cá, cientes de que se não formos nós a dar o passo para a frente, nada muda.
Eu, que também tenho as minhas fases e acredito mais em actos concretos do que em palavras, acabei por perceber que nem sempre é assim. Ou nem sempre pode ser assim. Ou melhor, pode ser as duas coisas.

Uma colega costuma dizer-me palavras, leva-as o vento mas eu acho que tudo depende da forma. A forma como se diz, a forma como se escreve. Os valores subjacentes a cada pessoa, a honestidade e a sinceridade depositadas entrelinhas, normalmente, saltam aos olhos de quem as ouve ou lê. É isso que dá forma às palavras e aos actos. Mas hoje, para além disso, tocou-me a generosidade de quem as escreveu, e mais ainda, a generosidade de quem me vai enviar um livro para eu ler. Assim, tão simples quanto isto. Uma pessoa normal, uma mulher. Porque há palavras e atitudes que aquecem por dentro e fazem de um dia quase perdido, um dia melhor.

[*ou um post em forma de agradecimento]

4 comentários:

Louco disse...

E eu agradeço por este cantinho de sanidade.
Segui-lo-ei com atenção.

Daniela Yoko Taminato disse...

Ah palavras! Alguns dizem que são vãs, vazias se não forem acompanhadas das ações; mas quase nunca pensam as pessoas que o inverso também é incompleto. As ações sem palavras não bastam. A gente também tem necessidades linguísticas além daquelas orgânicas. Aquela carência que só é saciada com palavras que nos calam na alma. Seu blog é belo!

CurlyGirl disse...

Há palavras que valem muito, e nos aquecem tanto ou mais do que um beijo ou um abraço.Mas também já disse muitas vezes "palavras, leva-as o vento". Acho que como aqui foi dito, tudo depende da sinceridade com que são proferidas ou escritas.
=)

Cat disse...

Conheço bem esse conforto dado por alguém que, em alguns casos, não conhecemos.