Hoje em dia parece que não se pode cair um bocadinho, não se pode e não se deve. Fica mal estarmos tristes, parecemos mais fracos e, se de fraquezas está o mundo cheio, não convém enchermos mais a caixa das tristezas.
Espera-se que se ultrapassem obstáculos, que se saltem muros e contornem problemas, que se enfrentem situações mais ou menos cruéis, difíceis, sempre, quase sempre com um sorriso nos lábios e alguma energia.
As fragilidades são sinais de fraqueza para esta sociedade e isso sim, é muito triste.
9 comentários:
Sabes Sofia:
Tudo o que dizes é cada vez mais difícil de concretizar.
Tenho a certeza que temos que ser é cada vez mais nós próprios.
Onde está o mal de andarmos tristes? Se estamos, é porque temos razões para tal. Ninguém está triste para agradar ao próximo.
Fraquezas... quem as não tem? Às vezes até por quem as não devemos ter!
Sorrir, fingir, cantar e.t.c, não me parece ser o mais adequado, pois assim, a ajuda do verdadeiro amigo(a)poderá estar mesmo ao nosso lado e de repente eclipsar-se involuntáriamente.
Desculpa Sofia, mas não posso discordar mais contigo!
Repito, sejamos nós próprios... Sempre... em qualquer circunstância!
Álvaro: acho que me interpretou mal. Ou fui eu que me expliquei mal até.
Vou reformular o post.
Sabe, Sofia, as pessoas confundem fragilidade com fraqueza mas, se vir bem, as pessoas que demonstram fragilidade são fortes, porque se assumem como são. A fragilidade tem a ver com sensibilidade. em não ter pele de elefante com o mundo e isso? é bonito. Fraqueza tem a ver com cobardia, com a tal pele de elefante que demonstra um coração de pedra. Fico feliz que seja frágil. A sério, é bonito :)
Verdade, a sociedade cada dia mais nos cobra posturas e não aceita as fraquezas; contudo, não estou nem aí e me permito sim, ter meus dias maus e de angústia. Cada um é que deve saber de si, seguir tudo o que querem não dá! :/
Concordo totalmente.
Disfarça-se a tristeza como se ela não fizesse parte da vida. É o parecer que vale mais que o ser, e como "parece mal" estar triste, estar sozinho, tapam-se buracos emocionais, faz-se de conta que se é feliz. Resultado: lutos mal feitos, pouca resistência à frustração, necessidade de satisfação imediata.
Parabéns pelo blog e pelo trabalho com as suas crianças.
Olha que post tão adequado... Tenho andado a reflectir um pouco sobre este tipo de assuntos. Se sei que há ocasiões em que não se deve dar demasiada importância às coisas, noutras é necessário sentir a angústia para se ultrapassar os momentos maus. Não vejo em como isso pode ser fraqueza, na verdade acho que uma grande coragem alguém capaz de assumir o que sente, mesmo que seja o pior.
Sim, há incompreensão nesta sociedade (isto muito resumidamente, claro), mas enquanto houver gente que pense assim como tu, não estamos tão mal assim...
Temos mesmo dificuldade em lidar com a tristeza nossa e dos outros. Uma coisa muito concreta: quando perguntamos a alguém a típica pergunta do: está tudo bem? ficamos sem saber o que dizer se a pessoa responde: não, ou nem por isso... É um mistério que nos rouba tempo... talvez seja esse o grande problema de hoje. Não ter tempo para ouvir. obrigado e parabéns pelo post!
Parabéns pelo post. Ontém ouvi a oração de sapiência de uma colega de psicologia que ía precisamente neste sentido.
A dificuldade que temos em aceitar o sofrimento...
a superficialidade e uma coisa muito comoda, mas so isso ...
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