...já passou mais um dia. Só faltam mais quatro, que desta vez o meu maior desejo é que chegue a terça-feira. E já agora, o outro fim-de-semana.
[Ir apanhar azeitona com este frio de rachar não é propriamente o que mais desejo para o primeiro fim-de-semana prolongado de Dezembro, mas lá terá que ser...]
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
...
Num dos posts mais interessantes dos últimos tempos, fala-se do tempo.
"(...) a relação que temos com o tempo é critério indicativo do nosso grau de liberdade e disponibilidade", diz o autor.
Fiquei a pensar neste assunto. Não sei se uso da melhor forma o tempo de que disponho. Entre tudo o que tenho para fazer há que estabelecer prioridades, saber escolher, dar uma maior ou menor importância ao que nos vai acontecendo, relativizar certas coisas, preocupar-me com outras e, no meio de tudo isto, usar o tempo na medida certa.
Mas o que é isso de perder tempo?
"(...) a relação que temos com o tempo é critério indicativo do nosso grau de liberdade e disponibilidade", diz o autor.
Fiquei a pensar neste assunto. Não sei se uso da melhor forma o tempo de que disponho. Entre tudo o que tenho para fazer há que estabelecer prioridades, saber escolher, dar uma maior ou menor importância ao que nos vai acontecendo, relativizar certas coisas, preocupar-me com outras e, no meio de tudo isto, usar o tempo na medida certa.
Mas o que é isso de perder tempo?
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Hoje ainda foi mais giro
Acabadinha de sair da escola, escorrego e caio na estrada (again) e desta vez magoo-me a sério.
Amanhã não calço estas botas e vou mandar pôr umas capas anti-derrapantes ou qualquer dia dou cabo da minha saúde.
Amanhã não calço estas botas e vou mandar pôr umas capas anti-derrapantes ou qualquer dia dou cabo da minha saúde.
domingo, 23 de novembro de 2008
...
Estou a trinta e oito dias da passagem de ano, a trinta e dois dias do Natal, a vinte e cinco dias do final do 1º período, a seis dias de ir apanhar azeitona, a quatro dias de assistir a mais uma aula da formação, a dois dias da minha reunião com o orientador, a um dia de dar uma aula de Matemática sobre ângulos, a uma hora de me ir deitar e a dez minutos de ir tomar banho para ver se estas dores de costas aliviam um bocadinho...
Os próximos trinta e oito dias estão mais ou menos pensados que isto de ser professora obriga-me a planear com antecedência tudo e mais alguma coisa. Uma seca, digo-vos só. Felizmente, tento não o fazer no que diz respeito ao que é pessoal e intransmissível. A coisas pequenas ainda se pensam mas o resto fica para acontecer assim, sem avisos ou planificações prévias. E se forem boas, melhor.
Os próximos trinta e oito dias estão mais ou menos pensados que isto de ser professora obriga-me a planear com antecedência tudo e mais alguma coisa. Uma seca, digo-vos só. Felizmente, tento não o fazer no que diz respeito ao que é pessoal e intransmissível. A coisas pequenas ainda se pensam mas o resto fica para acontecer assim, sem avisos ou planificações prévias. E se forem boas, melhor.
sábado, 22 de novembro de 2008
...
Não moro no campo, mas diria que estou perto - vejo coelhos e melros de manhã, corujas e corvos à noite e acordo com o galo a cantar todos os dias. Por aqui, o cheiro ao fumo das lareiras é sinal de que os dias estão mais frios e o pouco barulho dos automóveis não é incomodativo. O sr. Aníbal da frutaria guarda-me muitas vezes coentros nos dias em que chego mais tarde, aconselha-me a melhor fruta e ainda me faz desconto nas nabiças porque nunca preciso da quantidade que cada molho leva. Dá-me os bons dias e deseja-me bom trabalho quando passo em frente à sua loja, antes de apanhar o comboio. Gosto disto mas...
Preciso de ir a Lisboa regularmente, a bem da minha sanidade mental. Deixa-me feliz passear na baixa da capital; preciso daquelas ruas, do bulício que se vive em plena baixa da cidade, de entrar e sair das lojas, de lanchar por ali, de ouvir as pessoas.
Se trabalhasse em Lisboa talvez não dissesse o mesmo, mas não trabalho. E posso-vos dizer que hoje foi dia de terapia.
Preciso de ir a Lisboa regularmente, a bem da minha sanidade mental. Deixa-me feliz passear na baixa da capital; preciso daquelas ruas, do bulício que se vive em plena baixa da cidade, de entrar e sair das lojas, de lanchar por ali, de ouvir as pessoas.
Se trabalhasse em Lisboa talvez não dissesse o mesmo, mas não trabalho. E posso-vos dizer que hoje foi dia de terapia.
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Sabem o que é adormecer literalmente à frente do computador?
Aconteceu-me hoje, há bocado. Acho que fiquei em modo off durante uns bons 20 minutos. É o que dá estar na cama, com o computador ao colo e ainda ter chegado a casa tarde, com meio jarro de sangria a circular-me nas veias.
Vou mas é dormir que o meu mal é sono. A leitura diária do blogs fica para amanhã. Fiquem bem.
Vou mas é dormir que o meu mal é sono. A leitura diária do blogs fica para amanhã. Fiquem bem.
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
terça-feira, 18 de novembro de 2008
...
Gosto de medicina mas o lado que mais me atrai nessa área para além de toda a complexidade da ciência em questão, é o humanismo de que os médicos são capazes. Simplesmente porque acho que é louvável e essencial que assim seja.
Quando vou ao médico gosto de saber os pormenores todos do que tenho, faço perguntas, analiso minuciosamente os dados das análises clinicas, sei que a creatinina esta relacionada com o funcionamento dos rins e esse dado é aquele que procuro em primeiro lugar devido ao meu "problema" de saúde. Gosto que os médicos falem comigo e me olhem nos olhos e é por isso que vou ao Dr. Oliveira Costa, antigo médico de medicina interna do IPO, já reformado, mas ainda a dar consultas no seu consultório. Por vezes saio de lá às dez da noite - ele ouve-me, responde-me, aconselha-me, pergunta pelos meus meninos na escola e claro, faz uma consulta como deve ser. Não saio de lá curada mas sinto-me melhor interiormente.
Aos dezoito anos entrei em enfermagem, um bocadinho influenciada pelos meus pais mas também por gostar desta área - a medicina. Quando fui à faculdade e comecei a ler os planos de curso nas paredes, tive medo e entrei em pânico. Disse para mim mesma que nunca seria capaz; cheguei a casa, menti aos meus pais e disse que não tinha entrado.
(shame on me)
Nunca me arrependi. Mais tarde fui voluntária na Pediatria do IPO e vivi uma realidade da qual nunca me tinha apercebido. Médicos e enfermeiros nem sempre mostram o que lhes vai na alma e na altura, embora questionasse se aquela forma de estar seria a mais correcta, apercebi-me que tinha mesmo de ser assim ou nunca conseguiriam manter a sanidade mental necessária para acompanhar doentes tão especiais como são as crianças com cancro. Ainda assim, o humanismo estava lá, nos quartos, um bocadinho camuflado por gestos repetitivos, essenciais - no cuidado a medir uma febre, a dar uma injecção, a fazer um exame. Nas palavras que diziam baixinho. Nós, os voluntários, fazíamos o nosso papel - a brincadeira, os abraços (com cuidado por causa dos catéteres), os risos, a partilha, as conversas, os jogos - movíamos mundos e fundos para deixar aquelas crianças mais felizes (foi lá que aprendi a jogar Uno). Depois apareciam os dias maus - os dias em que morria uma criança, em que se ouviam os gritos dos pais, o desespero dos familiares, em que se via a tristeza nos olhos de toda a equipa médica. A nossa tristeza também. Oito meses depois, saí. Emocionalmente foi uma experiência muito forte, foi difícil digerir tudo aquilo, separar as águas, foi difícil não chorar.
Talvez gostasse de ter sido médica. Mas continuo a dizer que não seria capaz.
Quando vou ao médico gosto de saber os pormenores todos do que tenho, faço perguntas, analiso minuciosamente os dados das análises clinicas, sei que a creatinina esta relacionada com o funcionamento dos rins e esse dado é aquele que procuro em primeiro lugar devido ao meu "problema" de saúde. Gosto que os médicos falem comigo e me olhem nos olhos e é por isso que vou ao Dr. Oliveira Costa, antigo médico de medicina interna do IPO, já reformado, mas ainda a dar consultas no seu consultório. Por vezes saio de lá às dez da noite - ele ouve-me, responde-me, aconselha-me, pergunta pelos meus meninos na escola e claro, faz uma consulta como deve ser. Não saio de lá curada mas sinto-me melhor interiormente.
Aos dezoito anos entrei em enfermagem, um bocadinho influenciada pelos meus pais mas também por gostar desta área - a medicina. Quando fui à faculdade e comecei a ler os planos de curso nas paredes, tive medo e entrei em pânico. Disse para mim mesma que nunca seria capaz; cheguei a casa, menti aos meus pais e disse que não tinha entrado.
(shame on me)
Nunca me arrependi. Mais tarde fui voluntária na Pediatria do IPO e vivi uma realidade da qual nunca me tinha apercebido. Médicos e enfermeiros nem sempre mostram o que lhes vai na alma e na altura, embora questionasse se aquela forma de estar seria a mais correcta, apercebi-me que tinha mesmo de ser assim ou nunca conseguiriam manter a sanidade mental necessária para acompanhar doentes tão especiais como são as crianças com cancro. Ainda assim, o humanismo estava lá, nos quartos, um bocadinho camuflado por gestos repetitivos, essenciais - no cuidado a medir uma febre, a dar uma injecção, a fazer um exame. Nas palavras que diziam baixinho. Nós, os voluntários, fazíamos o nosso papel - a brincadeira, os abraços (com cuidado por causa dos catéteres), os risos, a partilha, as conversas, os jogos - movíamos mundos e fundos para deixar aquelas crianças mais felizes (foi lá que aprendi a jogar Uno). Depois apareciam os dias maus - os dias em que morria uma criança, em que se ouviam os gritos dos pais, o desespero dos familiares, em que se via a tristeza nos olhos de toda a equipa médica. A nossa tristeza também. Oito meses depois, saí. Emocionalmente foi uma experiência muito forte, foi difícil digerir tudo aquilo, separar as águas, foi difícil não chorar.
Talvez gostasse de ter sido médica. Mas continuo a dizer que não seria capaz.
E este email que acabou de chegar...
Exmo(a) Sr(a). Professor.
Com o objectivo de apoiar as escolas na implementação do processo de Avaliação do Desempenho dos docentes, a Direcção-Geral dos Recursos Humanos da Educação disponibiliza a presente aplicação informática a qual irá sendo preenchida à medida que os agrupamentos e escolas não agrupadas vão estruturando o processo.
Nesta fase está já disponível a possibilidade de cada docente apresentar os seus objectivos. Uma vez submetidos e tendo em conta o calendário definido em cada Agrupamento/escola, o avaliador do órgão de administração e gestão acede aos mesmos para efeito de validação.
A aplicação está disponível no seguinte endereço: https://concurso.dgrhe.min.edu.pt/DefinicaoObjectivos2008 .
Qualquer dúvida de funcionamento deverá ser colocada ao órgão de gestão, o qual terá apoio através do seguinte endereço:
https://concurso.dgrhe.min-edu.pt/PerguntaResposta2
DGRHE
...só prova que a ministra não desiste.
Além disso, a introdução dos objectivos individuais através de aplicação informática vai contra o Decreto Regulamentar nº 2/2008. Onde está a legalidade deste procedimento?
Com o objectivo de apoiar as escolas na implementação do processo de Avaliação do Desempenho dos docentes, a Direcção-Geral dos Recursos Humanos da Educação disponibiliza a presente aplicação informática a qual irá sendo preenchida à medida que os agrupamentos e escolas não agrupadas vão estruturando o processo.
Nesta fase está já disponível a possibilidade de cada docente apresentar os seus objectivos. Uma vez submetidos e tendo em conta o calendário definido em cada Agrupamento/escola, o avaliador do órgão de administração e gestão acede aos mesmos para efeito de validação.
A aplicação está disponível no seguinte endereço: https://concurso.dgrhe.min.
Qualquer dúvida de funcionamento deverá ser colocada ao órgão de gestão, o qual terá apoio através do seguinte endereço:
https://concurso.dgrhe.min-
DGRHE
...só prova que a ministra não desiste.
Além disso, a introdução dos objectivos individuais através de aplicação informática vai contra o Decreto Regulamentar nº 2/2008. Onde está a legalidade deste procedimento?
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Day-by-day
Mais uma semana, mais um dia normal: As tarefas na primeira hora do dia: distribuição de cadernos e livros, marcação de presenças e dos leites a serem bebidos no dia. Sete meninos não fazem os trabalhos de casa. Fico zangada. Todos copiam o plano do dia e começamos. Na Língua Portuguesa, uma ficha de avaliação da compreensão leitora e um tempo para lerem individualmente ou a pares. Na Matemática, os múltiplos do metro e algumas risadas devido à dificuldade em dizerem palavras como hectómetro e decâmetro. Exercícios no quadro, as habituais hesitações quando fazem transformações ( 1 m = ____ hm ?), mais uma discussão de ideias, corrige-se o trabalho de casa e o toque de saída chega de repente, quase sem darmos conta.
Até amanhã e façam os trabalhos de casa!
Até amanhã e façam os trabalhos de casa!
sábado, 15 de novembro de 2008
Retomaremos a emissão habitual dentro de...
horas_____
dias_____
semanas_____
[escolha a opção correcta com um X]
dias_____
semanas_____
[escolha a opção correcta com um X]
Desabafo assim em jeito de parêntesis semanal
[Às vezes acho que meio mundo não usa realmente todas as capacidades sensoriais que possui, simplesmente porque não se quer chatear. Dá trabalho]
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Amanhã é que vão ser elas
Hoje ao fim do dia disse-lhes:
- Escrevam três perguntas que nunca tiveram coragem de me fazer nestes últimos três anos. Não precisam de assinar se não quiserem...
- E a professora depois responde?
[Engoli em seco]
- Sim, claro. Para que é que servem as perguntas se não tiverem respostas?
Eles sorriram, olharam uns para os outros com ar de malandros e lá escreveram.
Por momentos pensei que me tinha metido numa alhada, mas não. São curiosos, como todos nós. Como eu. E ainda me ri com algumas das perguntas...
- A professora é casada?
- A professora tem filhos?
- Dá-me o seu email?
- Gosta de mim?
- Sou um aluno exemplar?
- Porque é que a professora sabe tudo?
- Já deu uma chapada a um rapaz?
- Há quantos anos dá aulas?
- Posso mudar de lugar?
- Porque é que quis ser professora?
- O seu sonho era mesmo ser professora?
- Gostaria de ser minha mãe a fingir?
- A professora gostaria de almoçar em minha casa?
- Porque é que a professora não dança para nós?
- Qual é o seu maior sonho?
- A professora tem namorado?
- Já ganhou a algum rapaz numa corrida?
- Qual é o seu clube de futebol?
- Escrevam três perguntas que nunca tiveram coragem de me fazer nestes últimos três anos. Não precisam de assinar se não quiserem...
- E a professora depois responde?
[Engoli em seco]
- Sim, claro. Para que é que servem as perguntas se não tiverem respostas?
Eles sorriram, olharam uns para os outros com ar de malandros e lá escreveram.
Por momentos pensei que me tinha metido numa alhada, mas não. São curiosos, como todos nós. Como eu. E ainda me ri com algumas das perguntas...
- A professora é casada?
- A professora tem filhos?
- Dá-me o seu email?
- Gosta de mim?
- Sou um aluno exemplar?
- Porque é que a professora sabe tudo?
- Já deu uma chapada a um rapaz?
- Há quantos anos dá aulas?
- Posso mudar de lugar?
- Porque é que quis ser professora?
- O seu sonho era mesmo ser professora?
- Gostaria de ser minha mãe a fingir?
- A professora gostaria de almoçar em minha casa?
- Porque é que a professora não dança para nós?
- Qual é o seu maior sonho?
- A professora tem namorado?
- Já ganhou a algum rapaz numa corrida?
- Qual é o seu clube de futebol?
Descobri..
...a razão pela qual as mulheres gostam de homens sacanas.
Porque o amor, por definição, é um dom não merecido; ser-se amado sem mérito é justamente a prova de um amor verdadeiro. Se uma mulher me diz: amo-te porque és inteligente, porque és honesto, porque me dás presentes, porque não andas no engate, porque lavas a louça, sinto-me decepcionado; este amor tem o ar de ser qualquer coisa de interessado. É muito mais bonito ouvir: estou louca por ti apesar de tu não seres nem inteligente nem sério, e embora sejas mentiroso, egoísta e safado.
Milan Kundera
Porque o amor, por definição, é um dom não merecido; ser-se amado sem mérito é justamente a prova de um amor verdadeiro. Se uma mulher me diz: amo-te porque és inteligente, porque és honesto, porque me dás presentes, porque não andas no engate, porque lavas a louça, sinto-me decepcionado; este amor tem o ar de ser qualquer coisa de interessado. É muito mais bonito ouvir: estou louca por ti apesar de tu não seres nem inteligente nem sério, e embora sejas mentiroso, egoísta e safado.
Milan Kundera
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Aventuras e desventuras de uma Sofia que às vezes, consegue ser muito trapalhona
Estava eu toda airosa a sair de casa às sete da manhã, quando ao atravessar a estrada, escorrego e caio redonda no asfalto. Volto trás e lá vou eu mudar de roupa... já tinha saído novamente de casa e pensava eu para com os meus botões "agora tem cuidado Sofia, anda devagar e vê onde pões os pés..." e ainda não tinha eu acabado este meu pensamento, quando escorrego novamente e mais uma vez, caio literalmente no chão. E pronto...deu-me para rir que nem uma perdida e rezar a todos os santinhos que os meus vizinhos não estivessem à janela...
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Deitar cedo e cedo erguer, dá saúde e faz crescer
Por aqui a rotina mudou. Agora acordo às 06:00 h e consigo estar na escola pelas 07:30 h o que me dá tempo suficiente para adiantar grande parte do trabalho que tem de ser feito diariamente antes da campainha tocar pontualmente às 09:00 h. Não há internet, não há o barulho da criançada, não há colegas a entrar e a sair da sala de professores. Sou só eu e a escola (e as auxiliares que já lá andam por essa hora).
[E não, não me tem custado nada]
[E não, não me tem custado nada]
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
domingo, 9 de novembro de 2008
Cento e vinte mil
A vontade é pouca. Não me tem apetecido falar dos problemas da escola, das angústias do dia-a-dia, das dificuldades com as quais nos deparamos a toda a hora, das grelhas, fichas, papelada para preencher, tarefas que nos são impostas porque tem de ser assim, simplesmente porque sim. As reuniões semanais onde se fala de tudo e não se fala de nada, as indecisões por parte dos Conselhos Executivos, as contradições que aparecem a toda a hora.
Estou cansada de falar de tudo isto, limito-me a responder que sim, estamos cheios de trabalho. A maior parte das vezes acho que não vale a pena ir mais além porque simplesmente só quem vive a escola é que entende, só quem conhece o meio, as salas de aula, os alunos é que percebe esta angústia diária. Ainda assim, trabalha-se com gosto e satisfação, porque ainda há professores a gostar de dar aulas. Eu gosto e felizmente, a maioria dos meus colegas de escola também. Apesar de tudo, ali consigo ser muito feliz.
Não pretendemos palmadinhas na costas, não queremos que nos dêem razão porque sim, que nos vejam como uns desgraçados, porque não o somos, que digam "deixem lá, tudo há-de melhorar". Não sei se melhora, não sei se a educação alguma vez vai seguir outro rumo em Portugal. Gostava de ter mais esperança que aquela que tenho mas começo a perdê-la aos bocadinhos.
Dez anos depois de ter entrado para o Ensino Público surgem alterações radicais no Estatuto da Carreira Docente, os professores são cada vez mais denegridos na praça pública, os Encarregados de Educação têm um poder cada vez maior e não uma melhor participação na vida escolar dos seus educandos e estes estão cada vez mais indisciplinados. E eu pergunto, como mudou tanta coisa só em dez anos? Só em dez anos?
Ontem não fui à manifestação. Estive no mesmo local há 8 meses atrás, gritei e fiquei rouca, mas desta vez e com muita pena minha, não pude juntar-me aos meus colegas.
Ficam aqui as minhas palavras, iguais ou parecidas à de muitos professores que estiveram ontem no Terreiro do Paço e que também gritaram e se manifestaram por mim. Bem-hajam.
Estou cansada de falar de tudo isto, limito-me a responder que sim, estamos cheios de trabalho. A maior parte das vezes acho que não vale a pena ir mais além porque simplesmente só quem vive a escola é que entende, só quem conhece o meio, as salas de aula, os alunos é que percebe esta angústia diária. Ainda assim, trabalha-se com gosto e satisfação, porque ainda há professores a gostar de dar aulas. Eu gosto e felizmente, a maioria dos meus colegas de escola também. Apesar de tudo, ali consigo ser muito feliz.
Não pretendemos palmadinhas na costas, não queremos que nos dêem razão porque sim, que nos vejam como uns desgraçados, porque não o somos, que digam "deixem lá, tudo há-de melhorar". Não sei se melhora, não sei se a educação alguma vez vai seguir outro rumo em Portugal. Gostava de ter mais esperança que aquela que tenho mas começo a perdê-la aos bocadinhos.
Dez anos depois de ter entrado para o Ensino Público surgem alterações radicais no Estatuto da Carreira Docente, os professores são cada vez mais denegridos na praça pública, os Encarregados de Educação têm um poder cada vez maior e não uma melhor participação na vida escolar dos seus educandos e estes estão cada vez mais indisciplinados. E eu pergunto, como mudou tanta coisa só em dez anos? Só em dez anos?
Ontem não fui à manifestação. Estive no mesmo local há 8 meses atrás, gritei e fiquei rouca, mas desta vez e com muita pena minha, não pude juntar-me aos meus colegas.
Ficam aqui as minhas palavras, iguais ou parecidas à de muitos professores que estiveram ontem no Terreiro do Paço e que também gritaram e se manifestaram por mim. Bem-hajam.
sábado, 8 de novembro de 2008
Porque rir faz bem à saúde
Há dias em que gosto muito dos Contemporâneos, outros em que gosto mais dos Gatos Fedorento. Agora gosto deste rapazinho.
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Desafio musical
Esta menina desafiou-me.
Devemos:
- colocar uma foto individual nossa;
- escolher uma banda/artista;
- responder somente com títulos de canções da banda/artista escolhido;
- escolher 4 pessoas que respondam ao desafio, sem esquecer de avisá-los.
Aqui vai então:
A foto individual
(num comboio, pois claro..)
A banda: Zero 7
1. És homem ou mulher? Look up
2. Descreve-te: Simple things
3. O que as pessoas acham de ti? Passing by
4. Como descreves o teu último relacionamento: End theme
5. Descreve o estado actual da tua relação com o teu namorado ou pretendente: In the waiting line
6. Onde querias estar agora? Home
7. O que pensas a respeito do amor? Destiny
8. Como é a tua vida? Warm sound
9. O que pedirias se pudesses ter só um desejo? Morning song
10. Escreve uma frase sábia: Throw it all away
E agora o desafio é para os seguintes blogs, se quiserem, claro... A terceira via; O amor é um lugar estranho; Assim vou passando o tempo... e Reticências...
Devemos:
- colocar uma foto individual nossa;
- escolher uma banda/artista;
- responder somente com títulos de canções da banda/artista escolhido;
- escolher 4 pessoas que respondam ao desafio, sem esquecer de avisá-los.
Aqui vai então:
A foto individual
(num comboio, pois claro..)
A banda: Zero 7
1. És homem ou mulher? Look up
2. Descreve-te: Simple things
3. O que as pessoas acham de ti? Passing by
4. Como descreves o teu último relacionamento: End theme
5. Descreve o estado actual da tua relação com o teu namorado ou pretendente: In the waiting line
6. Onde querias estar agora? Home
7. O que pensas a respeito do amor? Destiny
8. Como é a tua vida? Warm sound
9. O que pedirias se pudesses ter só um desejo? Morning song
10. Escreve uma frase sábia: Throw it all away
E agora o desafio é para os seguintes blogs, se quiserem, claro... A terceira via; O amor é um lugar estranho; Assim vou passando o tempo... e Reticências...
O fim de um dia "mais não que sim"
Esquecer-me das lentes de contacto e do rímel e esfregar os olhos como se não houvesse amanhã. Resultado: para além de uns lindos olhos negros consegui a proeza de passar quinze minutos ao espelho a tentar recuperar as lentes que viajaram para trás dos globos oculares.
[Sim, já as tenho. Mas não imaginam como fiquei com os olhos]
[Sim, já as tenho. Mas não imaginam como fiquei com os olhos]
Eu posso, tu podes, ele pode, nós podemos, vós podeis, eles podem
Depois de ver e ouvir o discurso de Obama, fico com a sensação que este homem é visto por todo o mundo como a pessoa que actualmente mais se aproxima de Deus, o salvador. E que agora, em vez de amén, passaremos todos a dizer, yes we can.
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
A23
Esta autoestrada leva-me todos os anos às minhas raízes, apesar de não ter sido nascida ou criada por ali, na zona da Cova da Beira.
Mas esta sigla também dá nome a uma publicação trimestral de grande qualidade, iniciada no Verão de 2006 e que pretende ser um conjunto de reflexões sobre o que de melhor e pior se passa na Beira Interior.
Para quem é da zona, para quem gosta da Beira Interior ou simplesmente para quem gosta de bom jornalismo.
Mas esta sigla também dá nome a uma publicação trimestral de grande qualidade, iniciada no Verão de 2006 e que pretende ser um conjunto de reflexões sobre o que de melhor e pior se passa na Beira Interior.
Para quem é da zona, para quem gosta da Beira Interior ou simplesmente para quem gosta de bom jornalismo.
terça-feira, 4 de novembro de 2008
06:45
Acordar. Um mau acordar que escorre corpo fora enquanto a água aquece os primeiros pensamentos do dia.
Um relance no espelho embaciado e ver aquelas olheiras. Sempre as olheiras; imagem de marca cravada nos olhos, indisfarçável apesar dos cremes, anti-olheiras, iluminadores e toda a panóplia de produtos possíveis. É cansaço, dizem.
Não sei o que vestir. Não sei. Não gosto disto. Talvez isto ou antes aquele vestido. Sim, é isso.
E depois o som das botas que ecoa no corredor até a porta fechar.
O pequeno-almoço tomado a correr, apanhar o comboio e ir em pé, quase de olhos fechados, ainda a imaginar que o dia nem sequer começou. Tirar o casaco e pousar a mala.
Já estou cheia de calor.
E as pessoas que se encostam, o saco a tocar nas pernas, o guarda-chuva em cima das botas, a criança que não se cala porque quer ir sentada e ninguém se digna a dar o lugar.
As mesmas caras todos os dias. De vez em quando muda de carruagem, precisa de outras caras, outras expressões, pessoas mais felizes, sorrisos reais ou apenas o vislumbre de um sinal de felicidade.
Está quase.
Quinze minutos depois sai e enquanto caminha sente mais uma vez o peso de uma semana de trabalho. É sexta-feira e nem isso alivia as preocupações.
Preciso de ligar à minha mãe, perguntar ao meu pai como correu a reunião, anular o contrato com a Vodafone, pagar à D. Alice, marcar a consulta, reformular mais um capítulo do trabalho e o resto... o resto.
A escola. A escola, todos os dias, todas as noites, minutos e segundos. Uma preocupação constante. Desabafos que são feitos nos poucos jantares com toda a família, angústias que se revelam enquanto as batatas fritas desaparecem do prato.
Não fales mais nisso filha; dás cabo da tua saúde.
E ela que precisa de falar, que todos os dias vai para casa e só não fala sozinha porque parece mal. Porque lhe poderiam chamar de maluca.
Até amanhã. Quando voltas? Ficas bem?
As despedidas, a promessa de voltar amanhã ou depois. Às vezes a vontade de ficar só por aquela noite, só por sabê-los ali na sala, no quarto. A família que afaga a alma.
E o comboio de novo. De manhã. De noite.
Está quase.
Um relance no espelho embaciado e ver aquelas olheiras. Sempre as olheiras; imagem de marca cravada nos olhos, indisfarçável apesar dos cremes, anti-olheiras, iluminadores e toda a panóplia de produtos possíveis. É cansaço, dizem.
Não sei o que vestir. Não sei. Não gosto disto. Talvez isto ou antes aquele vestido. Sim, é isso.
E depois o som das botas que ecoa no corredor até a porta fechar.
O pequeno-almoço tomado a correr, apanhar o comboio e ir em pé, quase de olhos fechados, ainda a imaginar que o dia nem sequer começou. Tirar o casaco e pousar a mala.
Já estou cheia de calor.
E as pessoas que se encostam, o saco a tocar nas pernas, o guarda-chuva em cima das botas, a criança que não se cala porque quer ir sentada e ninguém se digna a dar o lugar.
As mesmas caras todos os dias. De vez em quando muda de carruagem, precisa de outras caras, outras expressões, pessoas mais felizes, sorrisos reais ou apenas o vislumbre de um sinal de felicidade.
Está quase.
Quinze minutos depois sai e enquanto caminha sente mais uma vez o peso de uma semana de trabalho. É sexta-feira e nem isso alivia as preocupações.
Preciso de ligar à minha mãe, perguntar ao meu pai como correu a reunião, anular o contrato com a Vodafone, pagar à D. Alice, marcar a consulta, reformular mais um capítulo do trabalho e o resto... o resto.
A escola. A escola, todos os dias, todas as noites, minutos e segundos. Uma preocupação constante. Desabafos que são feitos nos poucos jantares com toda a família, angústias que se revelam enquanto as batatas fritas desaparecem do prato.
Não fales mais nisso filha; dás cabo da tua saúde.
E ela que precisa de falar, que todos os dias vai para casa e só não fala sozinha porque parece mal. Porque lhe poderiam chamar de maluca.
Até amanhã. Quando voltas? Ficas bem?
As despedidas, a promessa de voltar amanhã ou depois. Às vezes a vontade de ficar só por aquela noite, só por sabê-los ali na sala, no quarto. A família que afaga a alma.
E o comboio de novo. De manhã. De noite.
Está quase.
Não fui eu que disse, mas concordo
As meninas trazem os seus cadernos para o alpendre e na sombra da mangueira fazem os trabalhos de casa. Vêm descalças e trazem tacinhas de alumínio com rodelas de banana frita. Comem enquanto estudam. Os cadernos enchem-se de pequenas nódoas de gordura cor de açafrão. Não têm estojos da Hello Kitty, nem lapiseiras perfumadas que escrevem a lilás e azul-turquesa. Não têm manuais apelativos com ilustrações coloridas. Nunca pesquisaram na internet para fazer os trabalhos de casa. Não têm disciplinas que moldam a cidadania e aguçam a curiosidade. Têm de saber de cor as tabuadas até à do vinte. Aprendem a ler e a escrever em inglês, concanim e hindi. Em breve, falarão na perfeição três línguas, dominarão dois alfabetos, o devanagari e o latino. Saberão fazer cálculos matemáticos elaborados. Observo-as. Pego nos cadernos de folhas ásperas e lembro-me do meu avô José que, já velho, aprendeu sozinho a escrever em cadernos semelhantes.
(O Conselho Nacional de Educação aconselha que deixe de haver chumbos até ao nono ano de escolaridade. É o que se faz na Finlândia, país com o qual alguns gostam de nos comparar. O Conselho Nacional de Educação propõe tal disparate e, naturalmente, o Ministério da Educação pondera experimentar tal medida. Entretanto, o Primeiro-Ministro, tão triste na sua arrogância, foi para a cimeira ibero-americana gabar o Magalhães, o portátil anão que, segundo ele,resgatará as nossas crianças do analfabetismo e da estupidez. Somos um país de merda. Melhor, somos uma merdinha de país.)
Ana
in Ana de Amsterdam
Ana
in Ana de Amsterdam
sábado, 1 de novembro de 2008
???
Desculpem lá... mas é normal que alguns homens enviem mensagens a dizer o seguinte:
Hei! ou Psst ?
São mensagens em modo de telegrama, não sabem simplesmente o que dizer ou querem dizer algo e não sabem como?
Hei! ou Psst ?
São mensagens em modo de telegrama, não sabem simplesmente o que dizer ou querem dizer algo e não sabem como?
Urban Sketchers
[ilustração de João Catarino]
Quem gosta de fotografia, facilmente gosta de ilustração.
Descobri este blog hoje, enquanto deambulava por aí. Dele fazem parte uma série de ilustradores de todo o mundo (há quatro portugueses, João Catarino, José Louro, Pedro Cabral e Eduardo Salavisa) e ali mostram os desenhos de pessoas e locais por onde passam.
Vale a pena descobri-lo.
...
Pois é. Dei cabo do meu template e não o guardei antes. Coisa esperta.
[Adenda: afinal até estava guardado. E com a preciosa ajuda do R. tudo se compôs]
[Adenda: afinal até estava guardado. E com a preciosa ajuda do R. tudo se compôs]
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