domingo, 28 de dezembro de 2008

Olha que sorte eu tenho, sou professora!

Esta semana descanso das crianças e dos gritos no recreio, dos dedos no ar e dos constantes pedidos Professora, posso ir à casa-de-banho? Professora, posso ir beber água? Professora, pode dar-me mais uma folha?
Descanso dos toques estridentes durante todo o dia e das queixinhas depois da hora do recreio; descanso do giz que me deixa as unhas numa lástima e do calor que não me deixa ir muito agasalhada. Descanso a cabeça, sobretudo.

Que bom.

sábado, 27 de dezembro de 2008

Depois do Natal

Desta vez não há imagens da noite ou do dia de Natal. As que existem são de dia 26: entre apanhar mais azeitona, um almoço que me soube melhor que nunca e um pequeno passeio pela serra, lá andei eu de máquina em riste, nos poucos momentos livres que iam aparecendo.

Acabámos a azeitona e conseguimos apanhar 2300 kg! Ou seja, teremos mais ou menos, 285 l de azeite para dar e vender. É o que se chama trabalho de equipa!

Mais fotos, aqui.





De volta à cidade

...e só para dizer que este post está a ser escrito em pleno comboio intercidades, algures entre Santarém e Lisboa.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Tradição

do Lat. traditione, entrega

s. f.,
acto de transmitir ou entregar;
transmissão oral de lendas, factos, etc. , de pais para filhos;
transmissão de valores espirituais de geração em geração;
conhecimento ou prática que provém da transmissão oral ou de hábitos inveterados;
hábito;
uso;
notícia de um facto transmitido oralmente ou por testemunho que livros, sucessivamente publicados, confirmam;
recordação;
memória.

in Priberam


Respondendo aqui ao Pedro (que me parece demasiado pragmático) quando digo que trago comigo o espirito natalício refiro-me sobretudo a este hábito enraizado na minha família de nos juntarmos todos, antes da meia-noite, mesmo que cada uma das pequenas famílias jante em casas diferentes. Esta é a minha tradição de Natal e este é o meu espírito natalício - o de reunião familiar - um momento que acima de tudo traz felicidade a cada um de nós.
Não festejo o Natal por ter sido o dia em que Jesus Cristo nasce - com todo o respeito que a questão impõe, para mim essa é uma razão secundária para festejar este dia. Digo sim que talvez tenha sido alavanca para todas as tradições que entretanto surgiram, mas cada um de nós faz as suas próprias tradições e nem por isso o Natal deve deixar de ser menos válido. Logo, são tradições que não valem zero.

[E pragmatismos à parte Pedro, se o Pêra- Manca e o Cartuxa são cantigas, gostava então de te ver a beber suminho de laranja ou cházinho toda a noite de Natal. ;) ]

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

A minha sugestão de última hora para quem não sabe o que comprar às crianças



Eu dou.
Fazemos uma troca, boa?

Não fiz a árvore de Natal (que vergonha, eu sei) mas trago o espírito natalício comigo

E porque amanhã vou de viagem e guardei a tarde de hoje para um lanche de Natal em plena Baixa de Lisboa, despeço-me já.

Espero que todos vós tenham um excelente Natal, mesmo àqueles que detestam esta quadra, aos que não ligam à ceia ou à reunião da família ou até àqueles que acham que este dia é mais depressivo que qualquer outro dia do ano. Desejo-vos um dia feliz. Muito feliz.

Surreal

Foi assim, tal e qual uma cena de um filme.

Estava eu a caminho da escola, quando de repente, aparece um cavalo branco, passa à minha frente e segue caminho pela rua fora. Fiquei estática. Ainda esfreguei os olhos e não queria acreditar no que estava a ver, mas não... era mesmo um cavalo branco, sem sela, que corria pelo meio da cidade como se estivesse num lindo campo de trigo.

[É caso para dizer…E esta, hein?]

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Estado actual: rabugenta e com mau feitio

Um dos meus dentes do siso gosta de dançar. Sobe e desce conforme os seus humores, mas nunca me deu grandes chatices.
Pois que a minha vida anda tão vazia de surpresas que ele decidiu aparecer para animar isto um bocadinho mais. Causou-me uma infecção daquelas, com direito a febre, dores que nunca mais acabam pelo ouvido, boca e garganta, ida urgente ao dentista e um inchaço que só visto. E lá se foram os meus quatro anos sem antibióticos...

Mas o melhor disto tudo é não conseguir comer. Ter fome e não conseguir comer.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Domingo à noite

Não, ainda não fiz a árvore de Natal. No entanto, tenho vinte e quatro avaliações prontinhas a serem entregues e uma acta de doze páginas por acabar... ou lavrar [como diria uma pessoa que eu cá sei...]

Gotan Project









O concerto foi simplesmente fantástico. Eu, que estava receosa de ficar na plateia, posso dizer que a escolha não podia ter sido melhor. Consegui lugar mesmo à frente do palco, sem apertões ou calor e com espaço suficiente para dançar, fechar os olhos e curtir a música ao máximo. Adorei!

sábado, 20 de dezembro de 2008

Desconfio que vou passar este sábado ao computador

A parte mais aborrecida da minha profissão é corrigir fichas, testes e afins e ainda fazer os registos de avaliação. Já só faltam vinte.

[suspiro]

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

E só para acabar com a onda das novidades

Ainda não fiz a árvore de Natal.

1745 posts por ler e os apontamentos dos últimos dias

A festa foi bonita, eles tiveram boas notas e eu enchi-me de orgulho. Assim acabou o 1º período.

Duas horas de sono em cima e dois cafés para aguentar o dia de hoje que, mesmo assim, foi cheio de bocejos e de uns olhos de meter medo ao susto.
"Não dormiste esta noite, pois não Sofia?" - foi a primeira pergunta do dia.

Ele é agora o meu fiel companheiro. Rendi-me às evidências e acabei por comprar um presente para mim própria. O namoro já era demasiado longo...

O Natal será, desta vez, em casa da minha tia e sem a minha irmã na Consoada. E já me está a custar, só de saber isso.

As prendas estão compradas. Amanhã descanso e acabo a noite em beleza no Campo Pequeno.

E agora vou dormir, que o meu mal é sono.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

...

Pois que isto hoje ia lá assim com duas ou três caipiroskas ou margaritas. Era ver o meu espírito natalício e fraterno a desabrochar como uma flor.
Ou então não e ficava apenas assim meio tonta e com vontade de bater na Ministra da Educação (que neste momento serve de bode expiatório para todos os meus males).

Acordei assim

Dizem que o sonho comada a vida, mas às vezes acho que isto de sonhar muito é apenas uma forma ligeira e bonita de alimentar falsas esperanças.

Sim, estou em modo racional. Eu, uma peixes pura. Quem diria?

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

...

E temos festa de Natal amanhã. Os miúdos, entusiasmados com os ensaios e ansiosos pelo dia que se aproxima perguntavam-me hoje como faziam se ficassem nervosos. Antes de entrar, fecham os olhos e respiram fundo e acreditam sobretudo que vai tudo correr bem.
Só lhe faltou dizer que também faço isto comigo própria. Eu, que fico com um nervoso miudinho sempre que os vejo assim, a actuar perante pais, alunos, colegas e funcionários da escola.
Sou uma professora babada, é o que é.

domingo, 14 de dezembro de 2008

...

É isto.

Simples, não é?

O Natal chegou mais cedo

Já era quase uma vergonha. Há quatro anos nesta casa e ainda não havia cadeiras à volta da mesa de jantar. Mas o Pai Zé e a Mãe Maria foram generosos; acharam que me portei bem, não fiz (muitas) asneiras e até tive (e dei) boas notas e pronto... presentearam-me com seis iguais a esta. Iupiii!

sábado, 13 de dezembro de 2008

Pouca sorte ou apenas o que acontece quando deixo para amanhã o que posso fazer hoje

Ando há meses para mandar arranjar o meu outro portátil. Acontece que no dia em que me lembro de o levar à Fnac, reparo que a garantia já expirou... há uma semana.
Portanto, agora ou o mantenho ali sossegadinho ou gasto uma batelada de dinheiro...

“Quando uma criança não lê a imaginação desaparece”



[Vídeo da campanha da Literacy Foundation do Quebeque]

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

...

O dia revelou-se pouco produtivo. Terrível, mesmo. Os miúdos andaram em quezílias todo o dia, com direito a bocas a sangrar e a hemotomas nas costas. Não se concentraram minimamente na sala de aula e o ensaio da festa de Natal não foi nada do que estava à espera. Para ajudar ainda dei mais duas horas de aulas à tarde [chamam-lhe apoio ao estudo] e no fim do dia tive formação das seis e meia às nove e meia de noite.
Eu não diria Sunday, bloody sunday, mas antes Thursday, bloody thursday.

...

Por aqui, os presentes desejam-se misteriosamente na minha cabeça e namoram-se ao longe. As listas já deram o que tinham a dar. Se quero e posso, compro. Se quero e não posso... paciência. Abandona-se as montras com o passo apressado e tenta-se não pensar mais no assunto.
Caprichos, para que vos quero?

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

***


[Rossio, 2005]

Não foi um ano bom. Não foi um ano mau. Assim-assim, diria. Os pratos da balança querem-se equilibrados e mesmo que continue a olhar para o céu todos os dias, às vezes ainda acredito na canção do Rui Veloso. Encolho os ombros e sigo caminho, não com desinteresse, mas antes com a certeza de que as coisas não mudam assim, quando queremos; só mudam quando estamos realmente predispostos a fazer dos problemas, as melhores soluções para a nossa vida.

(pseudo) jornalista por um dia

E a fotoreportagem saiu: fresquinha e com as fotos um bocadinho menos bonitas e mais baças. Hoje teria alterado o texto texto e escrevia-o com frases menos longas. Mas não se pode ter tudo.

E o estereótipo persiste

Porque é que esta sociedade só nos considera Mulheres, depois de sermos mães?
Haverá obrigatoriedade nessa coisa chamada maternidade? Só teremos um maior respeito depois de parirmos um pedaço de gente?

E aquela deixa é fantástica: "Quando fores mãe, percebes..." E se eu nunca for mãe ou simplesmente não quiser ser mãe, não vou perceber?

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Do Brasil

Um homem tem morte súbita, dois meses antes do nascimento do seu único filho. Assim nasce este blog. Tentando entender e explicar dois sentimentos opostos e simultâneos vividos pela viúva e mãe que, no caso, sou eu. Muitos questionamentos. Muitos raciocínios. Muito aprendizado. E uma pressa em falar para o Francisco sobre seu pai, sobre o mundo e sobre mim mesma (só por garantia).

[Há babyblogs. Depois, há este blog - Para Francisco]

...



[E só depois de ouvir o álbum todo é que dou com isto. Só agora]

Ontem foi bom, hoje ainda vai ser melhor

Fim-de-semana prolongado e quase não saio de casa. Embebedo-me de música, filmes, leituras e descanso. Pelo meio trabalho alguma coisa, pouco, menos do que devia, mas estes fins-de-semana são um convite ao ócio puro e duro. Ficar assim sem fazer nada e pelo meio fazer tudo o que me apetece e não o que devia. O escritório acumula a papelada: o mestrado está ali e chama por mim, os testes levantam o braço no ar e eu encolho os ombros e digo até já. Só porque me apetece. Amanhã já lhes dou atenção.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Parece que...

...a nova moda em puericultura é dar água Vimeiro aos bebés.
E eu acho um piadão a estes novos preciosismos.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Querido Pai Natal

O que eu queria mesmo para este Natal nem era a máquina fotográfica, o ipod, ou aquele relógio lindo que vi no outro dia. O que eu queria mesmo, mesmo, era uma caixinha com tempo e já agora, um coraçãozinho novo, que este anda demasiado desgastado e já quase perdeu a cor. E se vier tudo embrulhado numa folha de optimismo cheia de estrelinhas brilhantes, melhor.
Pode ser, pode?

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Eis que dia 20 vou entrar no Campo Pequeno pela primeira vez

Ah pois é! Vou ver Gotan Project!

Há vida para além da blogosfera

No meio de muitas pessoas e alguns sacos, reconheci-a. E assim num repente, deitei a timidez para trás das costas e fui falar-lhe.

:)

Mais um dia em vão no jogo em que ninguém ganhou*

O tempo passa e vemo-nos assim, solitários, exigentes, capazes de não saber muito bem o que fazer quando aparecem pessoas a querer entrar, com pézinhos de lã. Espreitamos com a porta entreaberta e acabamos por fechá-la mais uma vez. "Nem sempre vale a pena", dizes para ti próprio. Há dias assim.

*letra de Tiago Bettencourt

Movie #24




The only thing more terrifying than blindness is being the only one who can see.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Chuva, algum descanso e muita azeitona



E o fim-de-semana lá passou...

Sábado choveu todo o dia e acabámos por ficar em casa. A chuva caía lá fora e soube muito bem estar a corrirgir testes à frente da lereira. Apesar de tudo, consegui descansar um pouco e preparar-me psicologicamente para o dia seguinte.

Domingo, pois claro, foi dia de trabalho. Entre as 8 :30 h e as 16:30 andei de vara na mão a tirar a azeitona dos ramalhos que o meu pai cortava das oliveiras e a estender as "mantas" onde caia a azeitona. Depois era necessário colocá-la nas sacas para ser levada para o lagar comunitário. Fiquei com as mãos inchadas e vermelhas, tal era o frio que se sentia...

E hoje foi dia de voltar a Lisboa. Sem grandes pressas e com algum trânsito pelo meio, chegámos a meio da tarde.

As fotos, já sabem, estão aqui.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

E pronto...

...já passou mais um dia. Só faltam mais quatro, que desta vez o meu maior desejo é que chegue a terça-feira. E já agora, o outro fim-de-semana.

[Ir apanhar azeitona com este frio de rachar não é propriamente o que mais desejo para o primeiro fim-de-semana prolongado de Dezembro, mas lá terá que ser...]

O limite está muito perto

Hoje passou-me pela cabeça não ir trabalhar amanhã.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

...

Num dos posts mais interessantes dos últimos tempos, fala-se do tempo.

"(...) a relação que temos com o tempo é critério indicativo do nosso grau de liberdade e disponibilidade", diz o autor.

Fiquei a pensar neste assunto. Não sei se uso da melhor forma o tempo de que disponho. Entre tudo o que tenho para fazer há que estabelecer prioridades, saber escolher, dar uma maior ou menor importância ao que nos vai acontecendo, relativizar certas coisas, preocupar-me com outras e, no meio de tudo isto, usar o tempo na medida certa.
Mas o que é isso de perder tempo?

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Hoje ainda foi mais giro

Acabadinha de sair da escola, escorrego e caio na estrada (again) e desta vez magoo-me a sério.

Amanhã não calço estas botas e vou mandar pôr umas capas anti-derrapantes ou qualquer dia dou cabo da minha saúde.

domingo, 23 de novembro de 2008

...

Estou a trinta e oito dias da passagem de ano, a trinta e dois dias do Natal, a vinte e cinco dias do final do 1º período, a seis dias de ir apanhar azeitona, a quatro dias de assistir a mais uma aula da formação, a dois dias da minha reunião com o orientador, a um dia de dar uma aula de Matemática sobre ângulos, a uma hora de me ir deitar e a dez minutos de ir tomar banho para ver se estas dores de costas aliviam um bocadinho...

Os próximos trinta e oito dias estão mais ou menos pensados que isto de ser professora obriga-me a planear com antecedência tudo e mais alguma coisa. Uma seca, digo-vos só. Felizmente, tento não o fazer no que diz respeito ao que é pessoal e intransmissível. A coisas pequenas ainda se pensam mas o resto fica para acontecer assim, sem avisos ou planificações prévias. E se forem boas, melhor.

sábado, 22 de novembro de 2008

E agora um cartãozinho para todos vós (ou as parvoíces que faço de vez em quando)


cliquem no smile

[visto aqui]

...

Não moro no campo, mas diria que estou perto - vejo coelhos e melros de manhã, corujas e corvos à noite e acordo com o galo a cantar todos os dias. Por aqui, o cheiro ao fumo das lareiras é sinal de que os dias estão mais frios e o pouco barulho dos automóveis não é incomodativo. O sr. Aníbal da frutaria guarda-me muitas vezes coentros nos dias em que chego mais tarde, aconselha-me a melhor fruta e ainda me faz desconto nas nabiças porque nunca preciso da quantidade que cada molho leva. Dá-me os bons dias e deseja-me bom trabalho quando passo em frente à sua loja, antes de apanhar o comboio. Gosto disto mas...
Preciso de ir a Lisboa regularmente, a bem da minha sanidade mental. Deixa-me feliz passear na baixa da capital; preciso daquelas ruas, do bulício que se vive em plena baixa da cidade, de entrar e sair das lojas, de lanchar por ali, de ouvir as pessoas.
Se trabalhasse em Lisboa talvez não dissesse o mesmo, mas não trabalho. E posso-vos dizer que hoje foi dia de terapia.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A melhor parte do fim-de-semana...

...é sexta-feira à noite.

Sabem o que é adormecer literalmente à frente do computador?

Aconteceu-me hoje, há bocado. Acho que fiquei em modo off durante uns bons 20 minutos. É o que dá estar na cama, com o computador ao colo e ainda ter chegado a casa tarde, com meio jarro de sangria a circular-me nas veias.

Vou mas é dormir que o meu mal é sono. A leitura diária do blogs fica para amanhã. Fiquem bem.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

...

...

Gosto de medicina mas o lado que mais me atrai nessa área para além de toda a complexidade da ciência em questão, é o humanismo de que os médicos são capazes. Simplesmente porque acho que é louvável e essencial que assim seja.
Quando vou ao médico gosto de saber os pormenores todos do que tenho, faço perguntas, analiso minuciosamente os dados das análises clinicas, sei que a creatinina esta relacionada com o funcionamento dos rins e esse dado é aquele que procuro em primeiro lugar devido ao meu "problema" de saúde. Gosto que os médicos falem comigo e me olhem nos olhos e é por isso que vou ao Dr. Oliveira Costa, antigo médico de medicina interna do IPO, já reformado, mas ainda a dar consultas no seu consultório. Por vezes saio de lá às dez da noite - ele ouve-me, responde-me, aconselha-me, pergunta pelos meus meninos na escola e claro, faz uma consulta como deve ser. Não saio de lá curada mas sinto-me melhor interiormente.

Aos dezoito anos entrei em enfermagem, um bocadinho influenciada pelos meus pais mas também por gostar desta área - a medicina. Quando fui à faculdade e comecei a ler os planos de curso nas paredes, tive medo e entrei em pânico. Disse para mim mesma que nunca seria capaz; cheguei a casa, menti aos meus pais e disse que não tinha entrado.

(shame on me)

Nunca me arrependi. Mais tarde fui voluntária na Pediatria do IPO e vivi uma realidade da qual nunca me tinha apercebido. Médicos e enfermeiros nem sempre mostram o que lhes vai na alma e na altura, embora questionasse se aquela forma de estar seria a mais correcta, apercebi-me que tinha mesmo de ser assim ou nunca conseguiriam manter a sanidade mental necessária para acompanhar doentes tão especiais como são as crianças com cancro. Ainda assim, o humanismo estava lá, nos quartos, um bocadinho camuflado por gestos repetitivos, essenciais - no cuidado a medir uma febre, a dar uma injecção, a fazer um exame. Nas palavras que diziam baixinho. Nós, os voluntários, fazíamos o nosso papel - a brincadeira, os abraços (com cuidado por causa dos catéteres), os risos, a partilha, as conversas, os jogos - movíamos mundos e fundos para deixar aquelas crianças mais felizes (foi lá que aprendi a jogar Uno). Depois apareciam os dias maus - os dias em que morria uma criança, em que se ouviam os gritos dos pais, o desespero dos familiares, em que se via a tristeza nos olhos de toda a equipa médica. A nossa tristeza também. Oito meses depois, saí. Emocionalmente foi uma experiência muito forte, foi difícil digerir tudo aquilo, separar as águas, foi difícil não chorar.

Talvez gostasse de ter sido médica. Mas continuo a dizer que não seria capaz.

E este email que acabou de chegar...

Exmo(a) Sr(a). Professor.

Com o objectivo de apoiar as escolas na implementação do processo de Avaliação do Desempenho dos docentes, a Direcção-Geral dos Recursos Humanos da Educação disponibiliza a presente aplicação informática a qual irá sendo preenchida à medida que os agrupamentos e escolas não agrupadas vão estruturando o processo.

Nesta fase está já disponível a possibilidade de cada docente apresentar os seus objectivos. Uma vez submetidos e tendo em conta o calendário definido em cada Agrupamento/escola, o avaliador do órgão de administração e gestão acede aos mesmos para efeito de validação.

A aplicação está disponível no seguinte endereço: https://concurso.dgrhe.min.edu.pt/DefinicaoObjectivos2008
.
Qualquer dúvida de funcionamento deverá ser colocada ao órgão de gestão, o qual terá apoio através do seguinte endereço:
https://concurso.dgrhe.min-edu.pt/PerguntaResposta2

DGRHE


...só prova que a ministra não desiste.

Além disso, a introdução dos objectivos individuais através de aplicação informática vai contra o Decreto Regulamentar nº 2/2008. Onde está a legalidade deste procedimento?

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Day-by-day

Mais uma semana, mais um dia normal: As tarefas na primeira hora do dia: distribuição de cadernos e livros, marcação de presenças e dos leites a serem bebidos no dia. Sete meninos não fazem os trabalhos de casa. Fico zangada. Todos copiam o plano do dia e começamos. Na Língua Portuguesa, uma ficha de avaliação da compreensão leitora e um tempo para lerem individualmente ou a pares. Na Matemática, os múltiplos do metro e algumas risadas devido à dificuldade em dizerem palavras como hectómetro e decâmetro. Exercícios no quadro, as habituais hesitações quando fazem transformações ( 1 m = ____ hm ?), mais uma discussão de ideias, corrige-se o trabalho de casa e o toque de saída chega de repente, quase sem darmos conta.

Até amanhã e façam os trabalhos de casa!

sábado, 15 de novembro de 2008

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Amanhã é que vão ser elas

Hoje ao fim do dia disse-lhes:

- Escrevam três perguntas que nunca tiveram coragem de me fazer nestes últimos três anos. Não precisam de assinar se não quiserem...


- E a professora depois responde?

[Engoli em seco]

- Sim, claro. Para que é que servem as perguntas se não tiverem respostas?

Eles sorriram, olharam uns para os outros com ar de malandros e lá escreveram.
Por momentos pensei que me tinha metido numa alhada, mas não. São curiosos, como todos nós. Como eu. E ainda me ri com algumas das perguntas...

- A professora é casada?
- A professora tem filhos?
- Dá-me o seu email?
- Gosta de mim?
- Sou um aluno exemplar?
- Porque é que a professora sabe tudo?
- Já deu uma chapada a um rapaz?
- Há quantos anos dá aulas?
- Posso mudar de lugar?
- Porque é que quis ser professora?
- O seu sonho era mesmo ser professora?
- Gostaria de ser minha mãe a fingir?
- A professora gostaria de almoçar em minha casa?
- Porque é que a professora não dança para nós?
- Qual é o seu maior sonho?
- A professora tem namorado?
- Já ganhou a algum rapaz numa corrida?
- Qual é o seu clube de futebol?

Descobri..

...a razão pela qual as mulheres gostam de homens sacanas.

Porque o amor, por definição, é um dom não merecido; ser-se amado sem mérito é justamente a prova de um amor verdadeiro. Se uma mulher me diz: amo-te porque és inteligente, porque és honesto, porque me dás presentes, porque não andas no engate, porque lavas a louça, sinto-me decepcionado; este amor tem o ar de ser qualquer coisa de interessado. É muito mais bonito ouvir: estou louca por ti apesar de tu não seres nem inteligente nem sério, e embora sejas mentiroso, egoísta e safado.

Milan Kundera

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Aventuras e desventuras de uma Sofia que às vezes, consegue ser muito trapalhona

Estava eu toda airosa a sair de casa às sete da manhã, quando ao atravessar a estrada, escorrego e caio redonda no asfalto. Volto trás e lá vou eu mudar de roupa... já tinha saído novamente de casa e pensava eu para com os meus botões "agora tem cuidado Sofia, anda devagar e vê onde pões os pés..." e ainda não tinha eu acabado este meu pensamento, quando escorrego novamente e mais uma vez, caio literalmente no chão. E pronto...deu-me para rir que nem uma perdida e rezar a todos os santinhos que os meus vizinhos não estivessem à janela...

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Deitar cedo e cedo erguer, dá saúde e faz crescer

Por aqui a rotina mudou. Agora acordo às 06:00 h e consigo estar na escola pelas 07:30 h o que me dá tempo suficiente para adiantar grande parte do trabalho que tem de ser feito diariamente antes da campainha tocar pontualmente às 09:00 h. Não há internet, não há o barulho da criançada, não há colegas a entrar e a sair da sala de professores. Sou só eu e a escola (e as auxiliares que já lá andam por essa hora).

[E não, não me tem custado nada]

domingo, 9 de novembro de 2008

Movie #23



To get ahead in this world, you need more than fair looks and a kind heart.

Cento e vinte mil

A vontade é pouca. Não me tem apetecido falar dos problemas da escola, das angústias do dia-a-dia, das dificuldades com as quais nos deparamos a toda a hora, das grelhas, fichas, papelada para preencher, tarefas que nos são impostas porque tem de ser assim, simplesmente porque sim. As reuniões semanais onde se fala de tudo e não se fala de nada, as indecisões por parte dos Conselhos Executivos, as contradições que aparecem a toda a hora.
Estou cansada de falar de tudo isto, limito-me a responder que sim, estamos cheios de trabalho. A maior parte das vezes acho que não vale a pena ir mais além porque simplesmente só quem vive a escola é que entende, só quem conhece o meio, as salas de aula, os alunos é que percebe esta angústia diária. Ainda assim, trabalha-se com gosto e satisfação, porque ainda há professores a gostar de dar aulas. Eu gosto e felizmente, a maioria dos meus colegas de escola também. Apesar de tudo, ali consigo ser muito feliz.

Não pretendemos palmadinhas na costas, não queremos que nos dêem razão porque sim, que nos vejam como uns desgraçados, porque não o somos, que digam "deixem lá, tudo há-de melhorar". Não sei se melhora, não sei se a educação alguma vez vai seguir outro rumo em Portugal. Gostava de ter mais esperança que aquela que tenho mas começo a perdê-la aos bocadinhos.
Dez anos depois de ter entrado para o Ensino Público surgem alterações radicais no Estatuto da Carreira Docente, os professores são cada vez mais denegridos na praça pública, os Encarregados de Educação têm um poder cada vez maior e não uma melhor participação na vida escolar dos seus educandos e estes estão cada vez mais indisciplinados. E eu pergunto, como mudou tanta coisa só em dez anos? Só em dez anos?

Ontem não fui à manifestação. Estive no mesmo local há 8 meses atrás, gritei e fiquei rouca, mas desta vez e com muita pena minha, não pude juntar-me aos meus colegas.
Ficam aqui as minhas palavras, iguais ou parecidas à de muitos professores que estiveram ontem no Terreiro do Paço e que também gritaram e se manifestaram por mim. Bem-hajam.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Desafio musical

Esta menina desafiou-me.
Devemos:
- colocar uma foto individual nossa;
- escolher uma banda/artista;
- responder somente com títulos de canções da banda/artista escolhido;
- escolher 4 pessoas que respondam ao desafio, sem esquecer de avisá-los.

Aqui vai então:

A foto individual
(num comboio, pois claro..)


A banda: Zero 7

1. És homem ou mulher? Look up
2. Descreve-te: Simple things
3. O que as pessoas acham de ti? Passing by
4. Como descreves o teu último relacionamento: End theme
5. Descreve o estado actual da tua relação com o teu namorado ou pretendente: In the waiting line
6. Onde querias estar agora? Home
7. O que pensas a respeito do amor? Destiny
8. Como é a tua vida? Warm sound
9. O que pedirias se pudesses ter só um desejo? Morning song
10. Escreve uma frase sábia: Throw it all away


E agora o desafio é para os seguintes blogs, se quiserem, claro... A terceira via; O amor é um lugar estranho; Assim vou passando o tempo... e Reticências...

O fim de um dia "mais não que sim"

Esquecer-me das lentes de contacto e do rímel e esfregar os olhos como se não houvesse amanhã. Resultado: para além de uns lindos olhos negros consegui a proeza de passar quinze minutos ao espelho a tentar recuperar as lentes que viajaram para trás dos globos oculares.

[Sim, já as tenho. Mas não imaginam como fiquei com os olhos]

...


link

Eu posso, tu podes, ele pode, nós podemos, vós podeis, eles podem

Depois de ver e ouvir o discurso de Obama, fico com a sensação que este homem é visto por todo o mundo como a pessoa que actualmente mais se aproxima de Deus, o salvador. E que agora, em vez de amén, passaremos todos a dizer, yes we can.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

A23

Esta autoestrada leva-me todos os anos às minhas raízes, apesar de não ter sido nascida ou criada por ali, na zona da Cova da Beira.

Mas esta sigla também dá nome a uma publicação trimestral de grande qualidade, iniciada no Verão de 2006 e que pretende ser um conjunto de reflexões sobre o que de melhor e pior se passa na Beira Interior.
Para quem é da zona, para quem gosta da Beira Interior ou simplesmente para quem gosta de bom jornalismo.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Serei a única que não gosta de Rita Red Shoes?

Eis a questão.

06:45

Acordar. Um mau acordar que escorre corpo fora enquanto a água aquece os primeiros pensamentos do dia.
Um relance no espelho embaciado e ver aquelas olheiras. Sempre as olheiras; imagem de marca cravada nos olhos, indisfarçável apesar dos cremes, anti-olheiras, iluminadores e toda a panóplia de produtos possíveis. É cansaço, dizem.

Não sei o que vestir. Não sei. Não gosto disto. Talvez isto ou antes aquele vestido. Sim, é isso.

E depois o som das botas que ecoa no corredor até a porta fechar.

O pequeno-almoço tomado a correr, apanhar o comboio e ir em pé, quase de olhos fechados, ainda a imaginar que o dia nem sequer começou. Tirar o casaco e pousar a mala.

Já estou cheia de calor.

E as pessoas que se encostam, o saco a tocar nas pernas, o guarda-chuva em cima das botas, a criança que não se cala porque quer ir sentada e ninguém se digna a dar o lugar.
As mesmas caras todos os dias. De vez em quando muda de carruagem, precisa de outras caras, outras expressões, pessoas mais felizes, sorrisos reais ou apenas o vislumbre de um sinal de felicidade.

Está quase.

Quinze minutos depois sai e enquanto caminha sente mais uma vez o peso de uma semana de trabalho. É sexta-feira e nem isso alivia as preocupações.

Preciso de ligar à minha mãe, perguntar ao meu pai como correu a reunião, anular o contrato com a Vodafone, pagar à D. Alice, marcar a consulta, reformular mais um capítulo do trabalho e o resto... o resto.

A escola. A escola, todos os dias, todas as noites, minutos e segundos. Uma preocupação constante. Desabafos que são feitos nos poucos jantares com toda a família, angústias que se revelam enquanto as batatas fritas desaparecem do prato.

Não fales mais nisso filha; dás cabo da tua saúde.

E ela que precisa de falar, que todos os dias vai para casa e só não fala sozinha porque parece mal. Porque lhe poderiam chamar de maluca.

Até amanhã. Quando voltas? Ficas bem?

As despedidas, a promessa de voltar amanhã ou depois. Às vezes a vontade de ficar só por aquela noite, só por sabê-los ali na sala, no quarto. A família que afaga a alma.
E o comboio de novo. De manhã. De noite.

Está quase.

Não fui eu que disse, mas concordo

As meninas trazem os seus cadernos para o alpendre e na sombra da mangueira fazem os trabalhos de casa. Vêm descalças e trazem tacinhas de alumínio com rodelas de banana frita. Comem enquanto estudam. Os cadernos enchem-se de pequenas nódoas de gordura cor de açafrão. Não têm estojos da Hello Kitty, nem lapiseiras perfumadas que escrevem a lilás e azul-turquesa. Não têm manuais apelativos com ilustrações coloridas. Nunca pesquisaram na internet para fazer os trabalhos de casa. Não têm disciplinas que moldam a cidadania e aguçam a curiosidade. Têm de saber de cor as tabuadas até à do vinte. Aprendem a ler e a escrever em inglês, concanim e hindi. Em breve, falarão na perfeição três línguas, dominarão dois alfabetos, o devanagari e o latino. Saberão fazer cálculos matemáticos elaborados. Observo-as. Pego nos cadernos de folhas ásperas e lembro-me do meu avô José que, já velho, aprendeu sozinho a escrever em cadernos semelhantes.
(O Conselho Nacional de Educação aconselha que deixe de haver chumbos até ao nono ano de escolaridade. É o que se faz na Finlândia, país com o qual alguns gostam de nos comparar. O Conselho Nacional de Educação propõe tal disparate e, naturalmente, o Ministério da Educação pondera experimentar tal medida. Entretanto, o Primeiro-Ministro, tão triste na sua arrogância, foi para a cimeira ibero-americana gabar o Magalhães, o portátil anão que, segundo ele,resgatará as nossas crianças do analfabetismo e da estupidez. Somos um país de merda. Melhor, somos uma merdinha de país.)

Ana
in Ana de Amsterdam

sábado, 1 de novembro de 2008

???

Desculpem lá... mas é normal que alguns homens enviem mensagens a dizer o seguinte:
Hei! ou Psst ?

São mensagens em modo de telegrama, não sabem simplesmente o que dizer ou querem dizer algo e não sabem como?

Já acendi a lareira



[hoje]

Urban Sketchers


[ilustração de João Catarino]

Quem gosta de fotografia, facilmente gosta de ilustração.

Descobri este blog hoje, enquanto deambulava por aí. Dele fazem parte uma série de ilustradores de todo o mundo (há quatro portugueses, João Catarino, José Louro, Pedro Cabral e Eduardo Salavisa) e ali mostram os desenhos de pessoas e locais por onde passam.
Vale a pena descobri-lo.

...

Pois é. Dei cabo do meu template e não o guardei antes. Coisa esperta.

[Adenda: afinal até estava guardado. E com a preciosa ajuda do R. tudo se compôs]

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

O cenário adequado

Em noite de bruxas temos trovoada.

[pelo menos aqui por Sintra]

12 contra 12

Hoje os rapazes da turma choraram. No jogo da tracção à corda, as meninas conseguiram ganhar e eles, humilhados e também doridos pela fricção da corda nas mãos não evitaram as lágrimas.
É incrível como estão habituados a serem o sexo mais forte, como um simples jogo os deixou sofridos na sua dignidade e demoveu (mesmo que parcialmente) essa ideia pré-concebida de que o homem é sempre mais forte que a mulher.
Mas não houve protestos. Não deram justificações erradas ou inventaram desculpas para a situação. Apesar das lágrimas, aceitaram. E eu gostei de ver.

Uma boa forma de começar o mês de Novembro ou então apenas uma maluquice de fazer sorrir quem passa

E se amanhã fizer(mos) isto?

terça-feira, 28 de outubro de 2008

domingo, 26 de outubro de 2008

Os sonhos que uma criança pode ter

O meu maior sonho é a minha mãe ganhar o Euromilhões e poder comprar uma casa grande, com relvado, piscina, uma escada e quatro quartos.
O segundo sonho que eu tenho é ser boa aluna e perceber as coisas. O meu terceiro sonho é ter uma bicicleta nova. O meu quarto sonho é que Jesus apareça em qualquer momento, em carne e osso. E o meu quinto sonho é ter mais intervalos na escola. Estes são os meus maiores sonhos.

[Escrito por uma das minhas alunas]

Os meus serões



Olha que lindo programa de domingo à noite...

[Ninguém quer ajudar, não?]

Esta também foi outra parte má da viagem

Aconteceu quando o pai de uma das pessoas que me acompanhava nos decidiu levar a Andorra simplesmente porque ao domingo está tudo fechado em Barcelona. Ora eu, na minha ingenuidade, pensava que ia conhecer e passear pelas zonas mais rurais do país, vulgo montanhas, campos, sítios onde pudesse ver passarinhos, árvores, o céu muito azul e respirar ar puro... mas não. Fizémos nada mais, nada menos que 360 km de viagem (ida e volta) para andar para cima e para baixo na cidade a ver as lojas. Ah, ainda compraram tabaco, coisa que para mim, como não fumadora, tem um interesse fantástico... mas enfim. Calei-me bem caladinha e fui engolindo a pressa de sair dali.

Agora já posso dizer que fui a Andorra, pronto. Ao menos isso.

sábado, 25 de outubro de 2008

Esta foi a parte má da viagem

Andar pelas ruas de Barcelona, uma cidada multicultural, cheia de pessoas bonitas e ouvir constantemente:
- Olha aquela com aqueles sapatos de salto alto! Como é possivel andar assim?
- Que collants horríveis!
- Ai o cabelo daquela! As pessoas não têm espelho em casa?
- Há pessoas que não se sabem vestir...
- E aqueles botins? Que coisa feia...

É de ficar sem um pingo de paciência. Principalmente porque muito do que criticavam, eu gostava!
Às tantas comecei mesmo a responder que gostava, que tinha coisas parecidas e depois não tiveram outro remédio se não calarem-se de vez...

Nada mau...

Dos 101 projectos (a curto, médio e longo prazo), só me faltam cerca de 55.

[acontece que os que faltam são os mais difíceis... mas pronto, não vou pensar nisso]

terça-feira, 21 de outubro de 2008

As imagens



Barcelona, pelos meus olhos. Aqui.
[E desculpem a falta de legendas, mas não há tempo para mais]

E se..?

E depois volta-se assim... com os sonhos à flor da pele, numa mistura de anseios e projectos, consciente de todas as dificuldades e limitações que poderiam surgir mas com a sensação de possuir capacidades maiores que aquelas que julgava ter.
Entretanto, encara-se novamente a realidade e o trabalho cai em catadupa, com prazos apertados e sem haver grande margem de manobra para contornar certas situações. Às vezes detesto ser professora.

[As fotos vão ter de esperar. Por incrível que possa parecer, não são muitas. O mais importante ficou-me na memória]

Fins aviat

[que é como quem diz até logo, em catalão]

De volta a Lisboa... mas com Barcelona no coração

Pois é... apaixonei-me

E agora vou ali carpir mágoas para o vale dos meus lençóis que isto de chegar num voo com quase quatro horas de atraso, deixou-me com a paciência por um fio.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Interrompemos a emissão para compromissos inadiáveis

Louca... chamar-me-ia louca há algum tempo por sair num fim-de-semana em que o trabalho aperta em todos os sentidos. Felizmente, deixei a planificação da próxima semana já feita e a maioria das aulas alinhavadas no papel. Falta-me fazer a mala com o essencial para três dias, acabar uns trabalhos pendentes e deixar a casa minimamente arrumada (sim, porque já sou mais organizadinha!) e apesar do relógio marcar as nove da noite, ainda tenciono deitar-me antes da meia-noite, portanto, vou indo.

Se perguntarem por mim, digam que voei.
Até segunda-feira!

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

As cartas

Hoje abri a gaveta e reli algumas cartas. São muitas; mais de duzentas, todas elas escritas à mão e enviadas pelo correio. Fazem parte de mim, aconchegaram-me os sonhos, as cumplicidades, um grande amor. Não olho para trás, mas gosto de me lembrar de tudo o que vivi. Não sou nostálgica, mas preciso das minhas recordações para olhar em frente e perceber que tudo isso também me levou ao que sou hoje. Sem ressentimentos ou arrependimentos; sem mágoas, que a vida não se compadece com a incapacidade de perdoar.
E depois... quem é que hoje em dia tem mais de duzentas cartas de amor?
Eu tenho.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Tudo ao mesmo tempo e sem parágrafos ou a forma como alguns dos meus alunos ainda escrevem apesar das minhas ameaças de reguadas ;)

O tempo existe, mas é curto. Não tenho muito a escrever, não me apetece. Preciso de fazer mais fotografias, esse hábito faz-me falta. Tenho vontade de fazer um bolo de chocolate mas deixei acabar o açúcar. Ainda bem, não caio em tentação. A formação já começou e estou a gostar muito, apesar de chegar a casa às dez da noite. Os miúdos estão bem, a preguicite aguda começa a dar tréguas e começam agora a trabalhar mais. Os colegas novos da escola já estão completamente integrados no bom ambiente que ali se vive. Gosto disso. Gosto da minha hora de almoço e das parvoíces e gargalhadas que andam pelo ar na sala dos professores. Estive quase para comprar uns botins castanhos mas pensei que não me iam servir de nada e ficaram na loja. Eram lindos, lindos. Estive em Sintra e comi um travesseiro na Piriquita. E que bem que me soube. Estou farta deste tempo, sem frio e sem calor. As minhas fotos da Tunísia vão sair numa revista, com textos que ainda tenho que escrever. Credo. Tenho tanta coisa para fazer este fim-de-semana que nem sei por onde começar. Credo... outra vez. Também tenho dois filmes para ver e episódios de algumas séries. Estou a uma semana de Barcelona. E estou cansada, mas não faz mal. Viva la vida.

domingo, 5 de outubro de 2008

Movie #22



I hate it when adults use the term "sexually active." What does it even mean? Am I gonna like deactivate some day or is it a permanent state of being?

sábado, 4 de outubro de 2008

da reciprocidade

se não existe, não se insiste.

Organização, precisa-se.

Por aqui o trabalho está a crescer a olhos vistos. Entre a professora e a estudante que sou é preciso gerir o tempo com muito cuidado, planear cuidadosamente a semana, não desperdiçar horas e aproveitar rigosoramente todos os minutos disponíveis para adiantar as tarefas da escola.
A Formação de Língua Portuguesa já começou: de quinze em quinze dias haverá aulas à noite, de quinze em quinze dias terei a formadora na minha sala de aula a observar o meu trabalho e todas as semanas terei de planificar com ela o trabalho a efectuar. Será assim de Outubro a Maio do próximo ano.
Depois, a tese. Reuniões com o orientador de 3 em 3 semanas, com algum trabalho pronto a ser entregue nessa altura para ele corrigir e dar o seu feedback. A tese está feita mas precisa de muitas correcções e esta é a minha última oportunidade para acabar com este peso que trago comigo há algum tempo.
Ainda há a avaliação. Até ao fim do mês há que elaborar os objectivos induviduais para que todo o processo se inicie. É preciso começar a pensar no portfolio que iremos apresentar até ao fim do ano e mais tarde, nas aulas que irão ser avaliadas por um colega titular.
Por fim, a escola, o meu trabalho diário. Apesar de aqui estar em último é com isto que mais me procupo - as aulas, as planificações, as dificuldades apresentadas por alguns alunos, as correcções dos trabalhos, a importância em não atrasar nem acumular trabalho em cima da secretária.

Só passaram três semanas de aulas, mas já me sinto como se estivesse a meio do ano.

...



Time is never time at all
You can never ever leave without leaving a piece of youth
And our lives are forever changed
We will never be the same
The more you change the less you feel

Believe, believe in me, believe
Believe that life can change
That youre not stuck in vain
Were not the same, were different tonight
Tonight, so bright
Tonight

And you know youre never sure
But youre sure you could be right
If you held yourself up to the light
And the embers never fade in your city by the lake
The place where you were born

Believe, believe in me, believe
Believe in the resolute urgency of now
And if you believe theres not a chance tonight
Tonight, so bright
Tonight

Well crucify the insincere tonight
Well make things right, well feel it all tonight
Well find a way to offer up the night tonight
The indescribable moments of your life tonight
The impossible is possible tonight
Believe in me as I believe in you, tonight

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Coisas que me acontecem

Quando como uma pastilha, esqueço-me dela. Não consigo ficar eternidades a mascá-la e depois inadvertidamente, e porque devo andar com a cabeça demasiado cheia de pensamentos, engulo-a. Hoje, mais uma vez, isso aconteceu-me, mas com uma pequena diferença - acho que a pastilha se colou à garganta e nem a barra de chocolate que comi a fez soltar (habitualmente, o chocolate desfaz as pastilhas).
Resta-me esperar que o organismo rejeite este corpo estranho ou então amanhã vou passar umas belas horas no hospital, está visto.

[Isto só a mim...]

P.S - Mas ainda estou na dúvida se isto não será só uma sensação... no entanto não me lembro de a ter deitado fora.

domingo, 28 de setembro de 2008

...

Não tive tempo, não tenho tempo, não terei tempo.

São as expressões que mais oiço, ultimamente.

Já não há tempo para nada. Quando derem por isso, a vida passou e azar... não deu tempo para a viver convenientemente. Não é?

...

Eu cá não consegui esperar por quinta-feira para ver o 1º episódio da 5ª série da Anatomia de Grey. Arranjei os dois primeiros de uma assentada só e estive, durante hora e meia deitada na cama, com os olhos postos no computador, como se não houvesse amanhã.
Sim, sou uma grey´s addict.

[se os quiserem também, usem o email ali do lado...]

sábado, 27 de setembro de 2008

Coisas de professores

Ando apreensiva... Tão apreensiva que ainda não me apeteceu falar disso. Aqui está o que penso e não escrevi.
Eu não o faria melhor.

...

Daqui a alguns minutos o meu aluno B. estará a entrar no relvado do Estádio da Luz, de mão dada com um dos jogadores do Benfica. Hoje faz anos e esta será uma das suas prendas. Original, diga-se de passagem. Mas, mesmo assim, não irei ver o jogo ou mesmo a entrada dos jogadores em campo [professora desnaturada, estão vocês a pensar...]

Não. Apenas não ligo minimamente a futebol, chegando ao ponto de não saber sequer o nome dos jogadores da "minha" equipa.
Shame on me.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Wish me luck!

À saída da escola lembrei-me que hoje era sexta-feira. Então, entrei na papelaria, olhei para o meu amuleto e enquanto preenchia o boletim rezei três Pais-Nossos e pedi a todos os deuses existentes para hoje ser o meu dia de sorte.
Era bom era...

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

...

A noite foi péssima mas não dei tréguas à gripe... graças aos analgésicos e anti-inflamatórios consegui que estas dores abrandassem o suficiente para conseguir trabalhar e o dia lá se passou, devagar, devagarinho, com muito calor na escola e principalmente na sala de aula. Ali o Verão ainda não acabou e desconfio que vamos andar de manga curta até Novembro.

Eu acho graça é quando os pais dos meus alunos me perguntam quando põem o ar condicionado...

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

...

E para começar bem este ano lectivo, nada melhor que uma gripe, com direito a dores de garganta e um mal-estar daqueles que não se sabe bem o que fazer.

Levantei-me há cerca de meia-hora para comer qualquer coisa mas acho que vou voltar vale dos lençóis não tarda nada...

[É nestas alturas que as vantagens de morar sozinha vão todas por água abaixo]

Eu estou a ver!

Vá, acusem-se! Quem é que está a vasculhar todos os arquivos do meu blog, desde as 14:30 h?

[Só pode ser alguém muito paciente...]

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Antes que me esqueça...

...muito obrigada pelas sugestões dadas. A lista já está a ficar mais composta. :)

...

...

Ao segundo dia de Outono, levantei-me sob um céu nublado e traiçoeiro. Depois de sair de casa ainda comprei pão para o pequeno-almoço na escola e, enquanto caminhava em direcção à estação, lembrei-me da nossa conversa de ontem. E foi como se tivesse acordado, ali.
Ao segundo dia de Outono começaram a cair as folhas velhas de um passado muito, muito antigo; os pássaros agora fazem os ninhos noutras árvores e as crianças já não comem as mesmas romãs, com medo de sentir novamente aquele sabor que as deixava cheia de esperanças.
Ao segundo dia de Outono percebo que não espero, apenas sonho. Que o tempo é aquilo que fazemos dele e que não basta a energia, o optimismo e a força de vontade, é preciso aceitar tudo o resto, como quem aceita este este sol todos os dias de manhã ou o riso das crianças numa brincadeira de recreio de escola.
Ao segundo dia de Outono fiz um parágrafo na minha vida. Ponto final.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Não costumo escrever para ninguém, mas este post é para ti

É uma pessoa especial. Alguém que conheci nestas bandas há alguns anos e por quem tive logo uma empatia enorme.
Quando fui trabalhar para o local onde estou, ela, que morava mesmo em frente, mudou-se para Lisboa, sozinha, apesar de ir viver acompanhada - uma aventura, disse eu a mim própria, na altura. Agora, enquanto eu vou a Barcelona com data marcada para a volta, ela vai uma semana antes de mim mas apenas com bilhete de ida. A vontade de mudar, as incertezas que aqui encontra e uma enorme convicção que o futuro pode ser melhor longe daqui (mas perto, apesar de tudo) são tudo aquilo que precisa para dar este pequeno grande passo. É uma mulher forte. E acho que chegou a sua vez de ser mais feliz ainda.
Boa sorte, minha querida.

domingo, 21 de setembro de 2008

Comida & fotografia

Há um blogue que para além de reunir receitas que me parecem fantásticas, tem as melhores fotografias que conheço de alimentos/comida.
Espreitem e fiquem com água na boca...

[antes da palavra]

hesito muito antes da palavra
porque um precipício se abre nela
e não tem sentido, vibra apenas.
porque pode ser a morte
ou o nascimento para um lugar
de cores e fadas e barcos de sol.
porque me doem as maõs
cada vez que tento segurar
o mundo em traços redondos quadrados.

(...)

Vasco Gato
in Um Mover de Mão

...

Com muitas dores de costas, pouca vontade em corrigir as fichas de avaliação diagnóstica e a fazer um esforço para não me ir sentar no sofá da sala.

[E deitei o frasco inteiro de Nutella no lixo]

É assim que estamos.

sábado, 20 de setembro de 2008

Indo eu, indo eu a caminho de Barcelona...

E a confirmação chegou hoje, juntamente com a compra dos bilhetes! Parto para Barcelona daqui a um mês, sensivelmente. Espero aproveitar e conhecer a cidade e divertir-me muito juntamente com duas amigas ainda mais doidas que eu. Vamos invadir a casa do pai de uma delas e, se houver tempo, ainda damos um pulinho a Andorra...

...

Para quem não sabe, a Câmara Municipal da Amadora organiza todos os anos uma Feira do Livro no Parque Delfim Guimarães. Uma feira inserida no programa das Festas da Cidade que se comemoram de 11 de Setembro até 5 de Outubro. É muito parecida com a de Lisboa, mas em ponto mais pequeno, obviamente; as principais editoras estão presentes e é uma boa oportunidade de comprar alguns livros que, por uma razão ou outra, foram esquecidos durante a outra feira.

Por diversas razões, nem sempre tenho oportunidade de ir à de Lisboa, mas por ter vivido ali durante 27 anos, ja se tornou num hábito visitar esta feira todos os anos.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Sugestões de filmes...

...precisam-se!

Ora bem. Eu posso ir à internet, posso consultar jornais e sites da especialidade, mas já gora, também quero as vossas sugestões. Alinham? Vá... filmes de qualidade, sff.
A gerência agradece.

[e não vale repetir um título já sugerido]

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Mooxuu

E eis que um erro na aplicação deste site fez com que a minha lista de filmes a ver nos próximos tempos fosse apagada de vez, sem qualquer retorno possível. Estou desolada... e furiosa também! Eram mais de 80 filmes... mais de 80 noites no conforto do meu sofá que se evaporaram assim, de um dia para o outro. E agora lembrar-me de todos os títulos? Desconfio que vai ser um processo moroso...

terça-feira, 16 de setembro de 2008

...

Mais notas pessoais

Ao segundo dia de aulas (segundo?!), sinto-me completamente de rastos. Gostei tanto das férias deste ano que, agora, entrar no ritmo novamente torna-se muito complicado. Além disso, a criançada continua muito barulhenta e conversadora, o que não facilita nada a minha tarefa.
Apesar de tudo continuam uns amores e depois... todos eles cresceram a olhos vistos! Em dois meses e meio nota-se uma diferença incrível nas suas alturas. Uma das minha alunas (com 10 anos) até já me ultrapassou e eu não sou assim tão baixa...

Depois, há tanto para fazer em casa e estou aqui, novamente cheia de dores de cabeça e só me apetece deitar-me, mas não posso.

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Depois de ler alguns posts sobre o concerto da Madonna, concluo que fiz bem em não ter ido. Não gosto por aí além da sua música e ir só pelo espectáculo, não me parece... não acho que valha o dinheiro que era pedido pelo bilhete. E depois, isso de ir pelo espectáculo em si, não é muito a minha onda. Prefiro ouvir alguém a cantar realmente e bem, sem grandes artifícios por trás que impressionem o público, do que este tipo de shows...

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A viagem a Barcelona confirma-se entre hoje e amanhã. E se tudo correr bem daqui a um mês estarei em terras de nuestros hermanos.

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Descobri que a casa dos meus pais é um baú de memórias. Desta vez encontrei um postal dos meus avós, enviado pelo meu 2º aniversário, quando os tempos ainda eram mais difíceis do que os de hoje.

["(...) Deus queira que os faças com muita saúde e não falamos de alegria que ainda não percebes nada de alegrias nem de tristezas (...)"]

Vinte e nove anos depois leio isto e fico a pensar se alguma vez perceberei...

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

...

E Barcelona... cada vez mais perto!

...

Estado actual: cheia de dores nos pés

[Quem me manda a mim ir de saltos altos no primeiro dia de aulas?]

[mas também não era assim tão altos... não estou é habituada]

sábado, 13 de setembro de 2008

Acho que é desta


A sério, eu tentei. Tentei não olhar para os modelos que têm saido nos últimos anos, tentei apenas namorá-los de longe a longe quando ia à Fnac, um longo namoro à distância em que imperou o "longe da vista, longe do coração". Tentei convencer-me que não valia a pena ter uma coisinha destas, mas depois, aparecem estes novos, maneirinhos, com estas cores todas, tão lindos e eu fico assim... rendida.

E qual é o meu preferido, qual é?

Objectos originais

As imagens fazem parte de um blog de design que descobri hoje. Adorei!










sexta-feira, 12 de setembro de 2008

...

Às vezes acho que o meu lado esquerdo é uma grande metáfora em forma de peça de puzzle que não encaixa em lado nenhum.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

O outono é o tempo a envelhecer*

A única coisa que não gosto nesta altura do ano são estas chuvinhas parvas molha-não molha que me fazem ter indecisões absurdas sobre o que vestir e calçar antes de ir trabalhar.

Que venha o frio de vez!

*

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Listas e mais listas

Pegando aqui na ideia da Li@ e copiando (mais ou menos) descaradamente os títulos, esta é apenas mais uma lista; a minha por sinal - até fim de Outubro:

*eu:
- fazer o check-up médico anual
- organizar um jantar para os amigos
- organizar um jantar para a família
- ir a Barcelona
- voltar ao ginásio

*em casa:
- comprar duas molduras grandes
- pintar a sala e o escritório
- colocar os varões e cortinados [com ajuda, claro ;) ]

*na escola:
- redigir o projecto curricular de turma
- elaborar o projecto "Círculo de histórias"
- elaborar o projecto de origamis
- planificar o Acompanhamento ao Estudo
- começar a formação de Língua Portuguesa

* a tese:
- elaborar o guião das entrevistas para a professora e para os alunos
- fazer as respectivas entrevistas
- melhorar a revisão de literatura
- entregar o que redigir ao meu orientador

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

...

Colar fita-cola dupla nas paredes dá nisto: acabei de arrancar um bocado de parede da minha sala e logo agora... que está a ficar mesmo como eu gosto.
Bolas.

[daqui a pouco passo a ter o blog actualizado quase ao minuto]

[ou talvez seja apenas eu que quero escrever alguma coisa sem ter nada de interessante para escrever]

A reunião é só uma desculpa

E preparar um lanche para cerca de 160 professores, sem que eles saibam? É a minha tarefa de início deste ano lectivo (em conjunto com mais quatro pessoas), para além de tudo o resto que há para fazer.

[Onde eu me fui meter...]

A minha fada-do-lar...

...chama-se Alice. Só vem de quinze em quinze dias mas consegue transformar esta casa em três horas. E depois, chegar a casa no fim de um dia de trabalho e tê-la arrumada e limpa é dos maiores luxos que tenho. Não dispensava a minha D. Alice por nada deste mundo e ainda mais quando decide passar-me a roupa toda a ferro e colocar outra manta em cima do sofá, só porque a outra está para lavar. Um mimo.

sábado, 6 de setembro de 2008

...

Se algum dia fizer uma tatuagem (e já estive mais longe disso) será mais ou menos assim.

Fazer compras também aumenta os níveis de serotonina

E depois de uma tarde na/no (?) IKEA onde deixei duas centenas de euros, posso dizer que vou ficar com a casa mais compostinha. Oh, se vou!

[E não trouxe mobiliário, que isso eu não gosto muito de comprar ali...]

Como??

Quando alguém com 28 anos de idade nos diz " (...) mas eu gosto de ser menino da mamã...", o que devemos ficar a pensar?

[Eu nem respondi nada, tal foi a minha cara de espanto...]

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

...

Níveis de serotonina em baixo exigem um bolo de chocolate. Talvez este fim-de-semana trate disso. Mas caso haja alguém bem-disposto e generoso que me ofereça um daqueles pacotes com uma série de tratamentos à pele e massagens relaxantes, ficarei eternamente agradecida e não precisarei do bolo. E é muito mais saudável, pois então.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

...

No meio desta vidinha, das brincadeiras, dos sorrisos, das coisas boas que acontecem e de todas as baboseiras que se dizem, há ainda o outro lado. É um lado menos bom. É o lado em que me sinto impotente para ajudar quem me é mais próximo, onde o dia-a-dia é pesaroso, cheio de perguntas e quase sempre sem respostas. É aqui que gostava de ter o poder para conseguir ir mais além, gostava que as minhas palavras e a minha atenção fossem suficientes, mas não são. E isso angustia-me.
Lidar com depressões não é fácil. Vemo-nos no meio de um turbilhão de emoções, de frases sem nexo, de impulsos, de atitudes descontroladas e ainda assim é preciso manter o sangue-frio, é preciso perdoar e ser perdoado, é preciso ter coragem, mesmo que no fundo também estejamos próximos do abismo.
Não sei se faço tudo o que devia fazer, não sei o que é certo e errado, não sei se devo dizer o que digo ou se apenas devo ouvir. Há dias em que tudo parece melhorar e há outros, que parecem feitos de tijolos soltos, prestes a desmoronar. A minha única certeza é que tenho de estar ali, para eles e com eles. Com ou sem medos.

Poliamor?

Chamem-me conservadora ou antiquada mas aceitar o poliamor e a polifidelidade, ainda está muito longe dos meus princípios.
Isto de começar a aceitar certas coisas só porque sim, porque somos uma sociedade aberta e cada um faz as suas escolhas, nem sempre é muito saudável. Parece-me que queremos fazer das excepções, regras; do raro, o habitual, e por vezes, esse tipo de atitudes torna-se contraproducente.
Caminhamos para onde?

...

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Há hábitos que se perdem nas férias

É só o segundo dia em frente ao computador e ja estou aflita das pernas e das costas. E ainda não tenho o trabalho acabado...

Eu sabia que já não conseguia estar horas e horas acordada pela noite dentro como antes, mas isto assim? Eu preciso de aguentar três horas seguidas sentada numa cadeira, a trabalhar!

[Ai a minha vida...]

...

Digamos que ando viciada neste álbum.

[E ainda nem vi o filme..]

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Assim foi o meu dia

Um susto na caixa do correio; uma manhã em reunião; uma tarde de compras para a casa (que entretanto ficou meio esquecida); um telefonema amargo; um almoço em boa companhia e a boa-sorte agarrada ao meu pulso (que não sou supersticiosa, mas enfim... a pulseira é gira, o pendente também e diz que afasta o mau-olhado).

Ah! E por fim... a primeira noite deste ano lectivo a trabalhar ao computador.

sábado, 30 de agosto de 2008

O que faz (encontrar) uma fotografia


[Apanha da azeitona, 1980/81]

Tem dias em que olho para trás; penso na minha infância e às vezes até gostava de recordar certos momentos de que me falam quando estou em família. Apesar de não recordar tudo, sei o que fiz e sei que aquilo que sou hoje deve-se não só à educação que os meus pais me deram e ao meu crescimento pessoal, mas também a essa infância. Uma infância passada no campo, no meio de oliveiras, das vinhas, do milho, dos animais. Uma infância com a família por perto, com avós que contavam histórias à lareira, com tios que me levavam às cavalitas pelos caminhos fora, com primos que me acompanhavam nas mais diversas brincadeiras.

Tem dias em que me sinto uma privilegiada. Como hoje.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

A gulodice vem desde cedo


[1980]

Não hei-de eu sofrer do estômago...

Sou alérgica à Coca-cola

Aqui a menina abusa nas comidinhas em casa dos papás e bebe Coca-cola e é nisto que dá. Não me dou com Coca-cola, muito menos se a beber à noite. Não costumo tê-la em casa e não a bebo quando como fora mas, muito de vez em quando, lá dão as saudades e vai de beber uns copinhos. Depois é isto - umas dores de estômago de fazer trepar paredes.

Resultado desta bela brincadeira: vou passar o dia a chá e torradinhas, com kompensans pelo meio, que é para aprender a não ter mais olhos que barriga.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

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Isto de andar com a lágrima no canto do olho é tramado. São as fotografias antigas que revejo, são as cartas que releio, são as atitudes que não esqueço e até é esta solidão absurda que às vezes se instala.

E agora estou aqui com uma enorme dor de estômago, o que também não ajuda nada.

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quarta-feira, 27 de agosto de 2008

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Se por acaso tenho algum pesadelo é frequente acordar a chorar ou a sentir-me muito angustiada. Acontece que hoje, acordei a rir às gargalhadas e mesmo depois de me ter apercebido que era um sonho, continuei, como se não houvesse amanhã.

Não há dúvida... no meu inconsciente, sou de extremos.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Projectos para o proximo ano lectivo

A menos de uma semana do início das aulas, sinto-me mais preguiçosa que nunca. Devia começar a preparar o próximo ano lectivo - as primeiras planificações, o projecto curricular de turma, a reunião de pais... e não me apetece fazer nada. Quando começar, logo ganho outro ânimo, como é habitual. Ainda não me esqueci das aulas de origami, que tenciono associar ao programa de Matemática que tenho de cumprir. Quero também continuar o projecto de artes - gostava de por os meus alunos a fotografar, mas ainda tenho que pensar muito bem os moldes deste projecto e de que forma o vou interligar com a programação de 4º ano do 1º ciclo (todas as ideias são bem-vindas). O resto há-de surgir a seu tempo.

Depois... decidi retomar a minha tese de mestrado. Parei durante uns meses mas agora esta na altura de recomeçar e acabar este "projecto" que deixei a meio. E não se deixam projectos a meio, digo eu a mim própria tentando não me esquecer também de outras palavras, sábias, e que também me ajudaram a tomar esta decisão mesmo em cima da hora das inscrições terminarem.

Há ainda a formação que vou fazer em Língua Portuguesa e que me vai ocupar grande parte do meu tempo.

Com tudo isto não sei como vou eu conseguir manter um horário regular no ginásio, para bem da minha saúde mental e física. Preciso disso e assusto-me só de pensar que não poderei soltar as minhas energias, revoltas, momentos de raiva e sei lá que mais como bem me apetecer.

Ou seja, está na altura de começar a respirar fundo e devagar. Esta última semana de férias é de mentalização pessoal.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

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Algumas das melhores imagens dos Jogos Olímpicos de 2008, estão aqui. E numa delas até aparecem atletas portugueses.
Apreciem.

domingo, 24 de agosto de 2008

Eu pergunto...

....para quando uma campanha de regresso às aulas só para os professores?

Também gostamos de coisas novas, bonitas e baratas, pois então...

sábado, 23 de agosto de 2008

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Sei que tenho o cabelo realmente comprido quando a minha mãe me diz:
"Não achas que está na altura de cortares o cabelo?"

Não... desta vez vou armar-me em Rapunzel, embora não seja loira nem esteja presa em nenhuma torre.
E assim será até ao dia em que me der uma vontade repentina de algo deste género.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Nelson Évora



Para além de ser bonito e de ter um corpo fantástico, é acima de tudo, uma pessoa humilde. E tem atitude. E isso, vale tudo.

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Os únicos momentos maus da viagem à Tunísia foram aqueles em que estava no avião. Não era a primeira vez que andava de avião, mas desta vez, e sem saber bem porquê, estava com muito medo. As descolagens e as aterragens foram muito más, a turbulência lá em cima fez-me ficar tensa e nem mesmo nas duas horas e meia de voo, eu esqueci por alguns momentos aquela sensação horrível.
Depois leio isto e fico a pensar que os meus medos até nem eram infundados.

Um dia que viaje até mais longe não sei como vai ser...

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Como é possivel alguém aguentar um dia inteiro com sapatos de 8 cm de altura?

Eis a grande questão.
Eu bem tentei... a causa era louvável - o casamento do meu primo - e diga-se de passagem, que a minha figura melhorava consideravelmente com aqueles sapatinhos nos pés, no entanto, na igreja ja começava a ter algumas dores... Enquanto almoçava, não resisti e estive descalça todo o tempo (valeu-me a toalha de mesa que chegava ao chão e as cadeiras estarem completamemente forradas) mas o problema foi quando chegou a hora de dançar. Aí... nada feito. Ou mudava de calçado ou ficava sentada, tal qual as senhoras viúvas que olham quem dança com vontade de saltarem da cadeira. Vai daí, fui buscar os sapatinhos rasos que levei na mala do carro e o resto teria de ficar para segundo plano. E pronto, pareci outra e dancei o resto da noite. A minha família fez um brilharete no salão - somos todos mais ou menos loucos quando se trata de festas - e tendo em conta que estávamos um bocadinho mais alcoolizados que o normal...

Portanto, para a próxima ou sofro novamente durante algumas horas e ando com um par de sapatos suplente ou compro sapatos mais baixos. Definitivamente, os meus pés não foram feitos para grandes alturas.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Quem diria...

E não é que o meu blog foi referenciado (mesmo que apenas por uns segundos) no programa Janela Indiscreta da Antena 1, de Pedro Rolo Duarte?
Se quiserem ouvir, cliquem aqui.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

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E depois de umas férias fantásticas e de um casamento onde me diverti à grande, restam-me quinze dias de férias.

[ohh.. que pena...]

:D

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Cinemania

Chego de férias e na caixa do correio tenho dois filmes que aguardam a minha atenção noite fora.

Haverá melhor forma de começar o descanso das minhas férias? ;)

Notas soltas sobre a Tunísia

Então é assim :

- A Tunísia é um pais muito árido. As casas são quase todas inacabadas, cinzentas e brancas. As cidades são estranhas.
- Cheira a jasmim, constantemente, onde quer que se vá.
- Regatear é cansativo - chamaram-me de maluca, disseram que não tinha dormido bem, que estava na bancarrota, tudo porque pedia preços muito abaixo aos que eles diziam. O segredo era dizer um valor e não mostrar muito interesse - acabavam por vir correr atrás de nós até à rua a dizer que aceitavam o valor que queríamos dar pelo produto.
- Os tunisinos são chatos e atrevidos. Olham muito e fazem comentários. Uns são muito simpáticos e alguns são bastante bonitos [o guia da minha segunda excursão podia bem ter vindo comigo para Portugal, ele ainda falou nisso, mas enfim... ;) ]
- As mulheres tunisinas são lindas mas andam muito tapadas, não se vêem quase nunca nas ruas e nadam na piscina todas vestidas, com um traje próprio.
- O chá de menta é horrível.
- Quase todos os tunisinos ganham muito mal - um empregado de hotel ganha cerca de 200 dinares o que corresponde a pouco mais de 100 euros.
- O sol nasce no mar.
- A água do mar é quentíssima e dá vontade de ficar de molho todo o dia.
- Conduz-se muito mal naquele país. Andam em contra-mão, não fazem piscas, fazem inversões de marcha por cima de passeios, ultrapassam pela direita e não ligam às passadeiras nem aos peões.
- À noite estavam temperaturas acima dos trinta graus.
- Durante a excursão ao deserto rebentaram-se dois pneus do autocarro e um vidro partiu-se completamente.
-O presidente da Tunísia tem fotos espalhadas por todo o lado, em todas as cidades por onde passei.
- Não há cães nas ruas, só gatos.